“Rui Pinto é o John”. Português é a fonte dos Football Leaks

“Rui Pinto é o John”, assume o seu advogado. William Bourdon, antigo advogado de Edward Snowden e atual advogado de Rui Pinto, revela numa entrevista concedida à revista alemã Der Spiegel que o português detido na Hungria na semana passada é o John, a fonte de 70 milhões de documentos partilhados com o consórcio EIC, de que o Expresso faz parte, e de todas as histórias publicadas a partir dos Football Leaks

RAFAEL BUSCHMANN, CHRISTOPH WINTERBACH E MICHAEL WULZINGER (DER SPIEGEL, CONSÓRCIO EIC)

Alfa/Expresso (extrato)

Na semana passada, a polícia de Budapeste prendeu Rui Pinto. Pode dizer-nos se existe alguma diferença entre Rui Pinto e John, o whistleblower dos Football Leaks?
Rui Pinto é o John. Dito isso, não estou a dizer que ele é o único whistleblower do Football Leaks. Ele faz parte do Football Leaks, mas há, claro, outras fontes.

Por que está a revelar a sua identidade agora?
A prisão trouxe-lhe muito stress e, depois de recuperar disso, ficou claro para ele que tinha de confirmar o facto de que é o John. Ele precisava de um pouco de tempo para isso, o que é compreensível. Ter sido preso e ter sido quase extraditado foi devastador para ele e para a sua família. Além disso, imediatamente após a sua detenção, ele foi apresentado pelos media portugueses simplesmente como um hacker, quando ele é um whistleblower relevante.

Em que condições se encontra o seu cliente? Como é que ele lidou com os acontecimentos dos últimos dias?
Tive a oportunidade de estar com os pais dele, que apoiam totalmente o filho. Eles estão, obviamente, assustados com toda a cobertura mediática. Tivemos uma reunião intensa para prepararmos a sua defesa. Estou convencido de que ele tem agora uma equipa jurídica internacional muito forte e competente, dedicada a defendê-lo. Acreditamos que podemos reunir argumentos fortes e convincentes. Claro que não somos ingénuos. Considero que este é um caso histórico e sem precedentes para a Europa. Baseia-se no contraste entre as acções agressivas das autoridades portuguesas, por um lado, e o interesse de várias autoridades [de outros países] em obter o seu testemunho e acesso a todos os dados e discos rígidos para poderem ser usados nas suas investigações criminais.

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