O secretário de Estado das Comunidades, José Luís Carneiro, reafirmou hoje, no Funchal, que as remessas dos emigrantes portugueses têm vindo a crescer « ininterruptamente » desde 2015, tendo ultrapassado os 3.540 milhões de euros em 2018.
« Contabilizámos mais de 3.540 milhões de euros de recursos financeiros enviados pelos emigrantes, vencendo inclusivamente a crise que se abateu sobre o sistema financeiro e sobre as entidades bancárias no nosso país », disse o governante, durante a apresentação do II Encontro Intercalar de Investidores da Diáspora, que decorrerá na Madeira, de 24 a 26 de julho.
José Luís Carneiro sublinhou também que os países onde mais cresce o investimento português e para onde mais se internacionalizam as empresas nacionais são aqueles onde as diásporas são maiores, ao passo que 25% do turismo para Portugal é oriundo dessas regiões.
« Estes encontros constituem-se como uma homenagem aos portugueses da diáspora », afirmou, realçando que o número de emigrantes e lusodescendentes espalhado pelo mundo é atualmente de 5,7 milhões.
Durante apresentação do II Encontro Intercalar de Investidores da Diáspora, o vice-presidente do Governo Regional, Pedro Calado, também destacou a importância dos investidores oriundos da diáspora, nomeadamente da Venezuela, África do Sul, Reino Unido e Austrália.
« Hoje em dia, o nosso emigrante já não olha com saudosismo para a sua terra como sendo apenas a terra onde nasceu. Olha para a sua terra como um ponto de interesse para investimento, para a criação de postos de trabalho e para rentabilizar as suas poupanças », disse.
O governante indicou que as áreas preferenciais de investimento são a agricultura, as pescas, a construção civil, o turismo e o imobiliário e sublinhou as vantagens fiscais proporcionadas pelo Centro Internacional de Negócios da Madeira e pelas políticas de redução de impostos.
« A nossa taxa de desemprego é a mais baixa do espaço nacional – 7% », disse Pedro Calado, adiantando, no entanto, que o número poderia ser mais baixo se não estivessem inscritos cerca de 1.000 emigrantes regressados da Venezuela nos últimos anos devido à crise económica e social que afeta o país.
« Mas nós não estamos preocupados com estatísticas, desde que tenhamos boas condições para oferecer às pessoas », afirmou.
O lema do Encontro Intercalar de Investidores da Diáspora é « dar a conhecer para investir », disponibilizando toda a informação e contactos para potenciais interesses de investimento em contexto propício ao « networking ».
Os potenciais investidores e empreendedores podem, também, inteirar-se dos diferentes programas de incentivos disponíveis ao nível do investimento e da internacionalização de empresas.
Alfa/Lusa.