A seleção portuguesa de râguebi perdeu hoje com a Itália por 38-31 no Estádio do Restelo, em Lisboa, em encontro de preparação para o torneio de repescagem para o Mundial de França2023.
Portugal vencia ao intervalo por 17-10, com um ensaio de penalidade (17 minutos) e um toque de meta de Rodrigo Marta (37), transformado por Samuel Marques (38), que também tinha concretizado uma penalidade (07).
Na segunda parte, após novo ensaio Tomás Appleton (43) e novamente Rodrigo Marta (67), ambos transformados por Samuel Marques, Portugal esteve na frente até aos 73 minutos.
Porém, os italianos mantiveram-se sempre ‘dentro’ de resultado e acabaram por vencer com um ensaio de penalidade (80) em cima do final.
Árbitra do Portugal-Itália destaca “enorme momento para o râguebi”
A árbitra Hollie Davidson afirmou hoje que a participação no encontro entre Portugal e Itália foi “um enorme momento para o râguebi”, mas admitiu que estava “emocionada e com as pernas a tremer” ao chegar ao Estádio do Restelo.
A escocesa liderou, pela primeira vez na história da modalidade, uma equipa de arbitragem integralmente feminina num jogo internacional masculino e destacou também a importância que o momento teve para si própria “e restante equipa”.
“Estou bastante emocionada após o final do jogo. Estava emocionada e com as pernas a tremer quando cheguei ao estádio, mas já está. Agora é hora de refletir. Foi um enorme momento para o râguebi, para a minha carreira e também para elas”, comentou, ainda no relvado do Estádio do Restelo.
Após um jogo com quatro cartões amarelos, dois para cada equipa, Hollie Davidson admitiu que “não esperava tantas faltas”, mas frisou que “após refletir sobre os lances, os cartões foram bem mostrados”.
Uma indisciplina aparente que contrasta com o seu estilo de arbitragem, que aplicou no Portugal-Itália de hoje, e que se pauta por um diálogo permanente com os jogadores.
“Se eles perceberem o meu ponto de vista, podem ajustar os seus comportamentos e cometer menos faltas, o que resulta num râguebi mais escorreito. Em vez de estar sempre a apitar, uma boa conversa é a melhor solução”, destacou a escocesa.
Além disso, garantiu, o respeito dos jogadores para com a sua ‘figura’ é o mesmo, “independentemente de ser masculino ou feminino”.
“[O râguebi masculino] É apenas um pouco mais rápido, provavelmente. Mas o respeito faz parte do râguebi desde as bases até ao topo e, por isso, os jogadores respeitam sempre o árbitro, felizmente”, concluiu a árbitra internacional.
A escocesa Hollie Davidson tornou-se hoje na primeira árbitra a liderar uma equipa de arbitragem integralmente feminina num jogo internacional de râguebi masculino, onde teve como assistentes a inglesa Sara Cox, a francesa Aurélie Groizeleau e a inglesa Claire Hodnett nas funções de videoárbitro.
Foi, ainda, a primeira vez que um jogo oficial de uma equipa do torneio das Seis Nações, no caso a Itália, foi arbitrado por uma mulher.
A árbitra escocesa já foi nomeada anteriormente para um jogo masculino da Rugby Europe Conference (terceiro escalão europeu), entre Malta e Chipre.
Davidson faz parte do painel de 18 árbitras anunciado, em maio, para o Campeonato do Mundo de râguebi feminino, que se disputa entre 08 de outubro e 12 de novembro, na Nova Zelândia, e que, pela primeira vez, será composto exclusivamente por mulheres.
Com Agência Lusa.