SÍNTESE: Paris2024 – França delira com tetralogia olímpica de Riner e Marchand

Foto de abertura do site oficial do judoca francês

SÍNTESE: Paris2024 – França delira com tetralogia olímpica de Riner e Marchand

 

Por Ricardo Tavares Ferreira, da agência Lusa

O judoca Teddy Riner e o nadador Léon Marchand deixaram na sexta-feira a anfitriã França em delírio no sétimo dia de Paris2024, ao chegarem em diferentes alturas das suas carreiras desportivas à quarta conquista em Jogos Olímpicos.

Campeão individual em Londres2012 e no Rio2016 e por equipas em Tóquio2020, Riner, sétimo do ranking mundial, resgatou o título a solo dos +100kg com um triunfo por ‘ippon’ frente ao sul-coreano Kim Min-jong, líder da categoria, para reescrever a história no judo.

O gaulês, de 35 anos, tornou-se o mais laureado dos ‘tatamis’ em Jogos Olímpicos, com seis medalhas – incluindo os bronzes individuais em Pequim2008 e Tóquio2020 -, contra cinco da japonesa Ryoko Tani (-48kg), e alcançou o recorde de êxitos a solo do nipónico Tadahiro Nomura (-60kg), num trajeto marcado por 11 cetros mundiais e cinco europeus.

‘Teddy Bear’ colocou a França em ebulição no último combate individual do programa de judo, tal como fez, horas depois, o nadador Léon Marchand, ao prosseguir uma semana perfeita nos 200 metros estilos, após vitórias nos 200 bruços, 200 mariposa e 400 estilos.

Com 1.54,06 minutos, a seis centésimos do recorde mundial detido pelo norte-americano Ryan Lochte desde 2011, o gaulês quebrou marcas olímpicas pela quarta vez em outras tantas finais, tendo suplantado por 1,25 segundos o britânico Duncan Scott, que voltou a lograr a prata, com o chinês Wang Shun a falhar a revalidação do cetro olímpico, a 1,94.

Marchand, de 22 anos, baixou em 17 centésimos o anterior máximo, que persistia desde Pequim2008 com assinatura do norte-americano Michael Phelps, tetracampeão dos 200 estilos de Atenas2004 ao Rio2016 e ex-pupilo de Bob Bowman, atual técnico do francês.

Dois dias depois de ter assinado uma inédita ‘dobradinha’ na mesma sessão, ao dominar nos 200 bruços e 200 mariposa em menos de duas horas, reassumiu o estatuto de atleta mais laureado em Paris2024, mas não foi o único anfitrião a notabilizar-se na La Défense Arena, onde surgiu em êxtase nas bancadas o presidente de França, Emmanuel Macron.

Florent Manaudou subiu pela quarta vez seguida ao pódio dos 50 livres, desta vez como terceiro colocado – após ter triunfado em Londres2012 e ‘bisado’ em pratas nas edições seguintes -, numa prova em que cronometrou 21,56 segundos, ficando a 26 do britânico Benjamin Proud, ‘vice’, e a 31 do australiano Cameron McEvoy, novo campeão olímpico.

De fora dos ‘metais’ ficou o norte-americano Caeleb Dressel, sexto, a 36 centésimos de McEvoy, três anos depois de somar em Tóquio2020 cinco dos seus oito ouros em Jogos.

Destino mais feliz teve a australiana Kaylee McKeown, recém-bicampeã dos 100 metros costas, pois logrou a ‘dobradinha’ no duplo hectómetro – cujo recorde mundial possui -, e renovou a marca olímpica para 2.03,73 minutos, enquanto a americana Regan Smith foi segunda, a 53 centésimos, e a canadiana Kylie Masse fechou o pódio, a 1,84 segundos.

Se a natação pura caminha para o fim, o atletismo fixou residência no Stade de France e assistiu ao domínio do ugandês Joshua Cheptegei, recordista e tricampeão mundial, nos 10.000 metros, com um novo máximo olímpico (26.43,14 minutos), que relegou o etíope Berihu Aregawi, a 30 centésimos, e o americano Grant Fisher, a 32, para outros ‘metais’.

A China segue na liderança isolada do medalheiro e soma agora 13 títulos, contra 11 de França e Austrália, tendo acumulado vitórias no torneio de pares mistos de badminton e nos saltos para a água, com a disputa masculina de prancha sincronizada a três metros.

Os anfitriões preencheram o pódio no ciclismo BMX masculino e qualificaram-se para as ‘meias’ do torneio de futebol masculino, ao vencerem a Argentina (1-0), capitaneada por Nicolás Otamendi, do Benfica, da I Liga portuguesa, num jogo terminado com desacatos.

Com as finais de vela em windsurf adiadas para sábado, devido à insuficiência de vento forte em Marselha, o sétimo dia dos Jogos Olímpicos Paris2024 atribuiu 23 campeões e trouxe o quinto diploma de Portugal, cuja melhor participação de sempre na ginástica de trampolins foi protagonizada por Gabriel Albuquerque, ao ser quinto classificado na final.

O bielorrusso Ivan Litvinovich revalidou o cetro nessa competição e ladeou a compatriota Viyaleta Bardzilouskaya, prata nos trampolins feminino, entre os primeiros medalhados a competir sob bandeira neutra na capital francesa, face às sanções impostas pelo Comité Olímpico Internacional a Rússia e Bielorrússia, na sequência da invasão russa à Ucrânia.

A lusofonia sorriu também com o primeiro ouro do Brasil na XXXIII Olimpíada, mercê da vitória da judoca Beatriz Souza em +78kg, enquanto David Pina já assegurou o primeiro pódio de sempre de Cabo Verde, ao aceder às meias-finais da classe de -51kg de boxe.

Os ‘quartos’ dos -57kg incluirão a taiwanesa Lin Yu-ting, uma das pugilistas no centro da controvérsia sobre questões de género, após ter afastado a uzbeque Sitora Turdibekova com um triunfo mais pacífico do que o êxito somado na quinta-feira pela argelina Imane Khelif, por abandono da italiana Angela Carini, que, entretanto, disse adeus aos ringues.

A norte-americana Carissa Moore, pentacampeã mundial e primeira titulada olímpica em Tóquio2020, também abandonou o surf em Teahupo’o, na Polinésia Francesa, a mais de 15 mil quilómetros de Paris, face ao desaire nos ‘quartos’ com a gaulesa Johanne Defay.

Primeiro basquetebolista com seis participações olímpicas, Rudy Fernández despediu-se aos 39 anos com uma derrota ante o Canadá (88-85), na última jornada do Grupo A, que eliminou a Espanha da fase a eliminar da prova masculina pela primeira vez em 24 anos.

No ténis, a polaca Iga Swiatek, líder do ranking mundial e detentora de quatro troféus em Roland Garros, bateu por 6-2 e 6-1 a eslovaca Anna Karolina Schmiedlova, 67.ª WTA, e arrebatou o bronze na competição de singulares femininos, cuja decisão disputa-se hoje.

O novo campeão individual masculino será conhecido no domingo, após Novak Djokovic, segundo tenista mundial e recordista de Grand Slams (24) no circuito ATP, ter agendado encontro com Carlos Alcaraz, terceiro e o mais novo de sempre a comandar a hierarquia.

Nas meias-finais, o sérvio, bronze em Pequim2008, impôs-se ao italiano Lorenzo Musetti, 16.º, por 6-4 e 6-2, enquanto o espanhol, campeão em título de Roland Garros, segundo Grand Slam da temporada, bateu o canadiano Félix Auger-Aliassime, 19.º, por duplo 6-1.

Article précédentParis2024: Gabriel Albuquerque quinto na final de trampolins
Article suivantBASTIDORES – 3 DE AGOSTO 2024 – ALEXANDRE FARIA