Naquela noite de 8 de setembro de 2018, depois de conhecidos os resultados para a eleições do 43º presidente da história do Sporting, nas eleições mais concorridas de sempre no clube, que ganhou com 42,3 por cento dos votos, contra 36,8 de João Benedito, 14,5 de José Maria Ricciardi, 2,3 de Dias Ferreira, 0,9 de Tavares Pereira e 0,5 de Rui Jorge Rego, e quando pegou no microfone para o discurso de vitória, já de madrugada, Frederico Varandas afirmou: «É a missão mais importante da minha vida».
Naquele momento, Frederico Varandas, agora com 39 anos, pendurou a bata de médico a sua formação, e de militar, a sua vocação. A missão, agora, chamava-se Sporting.
O gabinete clínico e o quartel passaram para segundo plano e passou a ter como destino logo pela manhã ou o Estádio José Alvalade ou a Academia, pois o Sporting, clube que aprendeu a amar desde menino, altura em que visitava Alvalade com frequência pela mão do avô, passou a ser a sua maior preocupação.
Um ano depois, Frederico Varandas pode apresentar trabalho, e isso é factual, mas o percurso nem sempre foi um mar de rosas. Longe disso. Aliás, a união entre sportinguistas, vontade tantas vezes por ele repetida ainda em campanha eleitoral, ainda está muito longe de alcançar – num cenário, aliás, comentado logo na noite em que foi o escolhido, pois, apesar de maior percentagem de votos, Varandas acabaria por ter menos votantes do que João Benedito, que ficou em segundo lugar.
Em declarações exclusivas a A BOLA, sobre o primeiro ano de mandato, Frederico Varandas faz um balanço «muito positivo».
«Não nos podemos esquecer como estava o clube, por tudo o que tinha passado. Encontrámos um clube completamente estilhaçado, com um plantel com muitas feridas por sarar e muito trabalho de reconstrução», lembra. «Entrámos e conseguimos fechar o empréstimo obrigacionista em tempo recorde. Resolvemos as necessidades imediatas de tesouraria na ordem dos €100 M», comenta ainda.
«No epicentro deste furação demos os primeiros passos para organizar o clube e modernizá-lo, investimos na academia, que estava obsoleta. Este investimento não se centrou apenas na requalificação das infraestruturas, mas mais do que isso: passou também pelo investimento em recursos humanos de alto nível», acrescenta então Frederico Varandas, lembrando ainda os feitos desportivos: «Fizemos ainda a melhor época desportiva dos últimos 17 anos, com dois títulos no futebol e seis troféus europeus nas modalidades.»
Frederico Varandas continua a dizer que «a vitória na Taça de Portugal será sempre um marco». «Tinha lá estado no ano anterior. Vi como os nossos jogadores se prepararam e se apresentaram naquele jogo. Terá sempre um valor especial para mim», reforça.
A união, essa, é que está mais difícil. «Como disse recentemente numa entrevista, estamos ainda a trepar um fosso sempre com muita gente a tentar puxar-nos para baixo. É tempo de todos os sportinguistas perceberem que só com inteligência, resiliência e com tempo é que o Sporting sairá deste ciclo de duas décadas», atira.
Alfa/abola.