Alfa/com Lusa
Reunião de deputados socialistas com administradores da TAP.
Segundo os deputados socialistas, numa nota enviada à Lusa, um dos temas abordados na reunião foi o serviço ao cliente e a gestão dos processos de reclamações, « que têm suscitado muitas queixas devido à anulação e alteração de voos e falta de resposta aos ’emails’ e telefonemas dos passageiros prejudicados », o que « foi reconhecido » pela companhia aérea como sendo um problema que é « absolutamente essencial que seja rapidamente resolvido ».
Os deputados Paulo Pisco, Carlos Pereira, Lara Martinho, Paulo Porto e Rosário Gamboa reuniram-se hoje, em Lisboa, com o presidente do conselho de administração da TAP, Miguel Frasquilho, e o administrador Bernardo Trindade, para trocar impressões sobre problemas sentidos pelos passageiros das comunidades portuguesas na Europa e fora da Europa, da Madeira e dos Açores e do Porto e região norte.
Do encontro, os deputados socialistas tiveram a garantia por parte da TAP de que irá retomar as ligações com a África do Sul, « mas sem um horizonte temporal », referiu o deputado Paulo Pisco em declarações à Lusa, após a reunião.
A companhia aérea reafirmou ainda que a partir de 15 de dezembro, tal como já tinha sido anunciado, passará a fazer dois voos semanais entre Lisboa e Caracas, « muitos importante para a comunidade portuguesa, mas também para todos quantos poderão vir a utilizar essa rota para depois irem para outros destinos », acrescentou Paulo Pisco.
Apesar do encontro de hoje, o deputado sublinhou que os parlamentares vão continuar à espera de uma resposta às questões colocadas no requerimento de 21 de julho a pedir esclarecimentos ao Governo e à TAP sobre a anulação de voos que estavam a gerar « muitas queixas » de emigrantes portugueses já com viagens marcadas para passarem as habituais férias de verão em Portugal, tal como a Lusa noticiou na altura.
Numa nota enviada hoje, os deputados consideram que o contexto atual é muito difícil, devido à redução drástica da procura causada pela pandemia de covid-19, à necessidade de lidar com a situação de grandes prejuízos e com incerteza de não se saber ainda quando será possível recuperar a confiança dos passageiros para voltarem a viajar de avião.
Neste contexto, a TAP tem em curso um plano de reestruturação que vai procurar ajustar a sua organização e operações em função da conjuntura e dos contextos em que desenvolve a sua atividade, referem.
Tendo em conta estes fatores, os deputados dizem que na reunião com a administração da companhia aérea « expuseram as questões que mais tocam às comunidades portuguesas na Europa e fora da Europa, como rotas, preços e horários dos voos e também de e para a Madeira e Açores e destes aeroportos para outros destinos, designadamente para a Venezuela, Estados Unidos e África do Sul ».
Assim, foram abordadas as rotas para o Luxemburgo, Paris, Genebra, Londres e aeroportos do Brasil, entre outras, « como fundamentais para as comunidades portuguesas », adiantam.
Quanto ao Porto e região norte de Portugal, « mereceram uma atenção particular », pela necessidade de haver ligações regulares, face à importância da atividade económica e da emigração, que é em boa parte oriunda do norte e centro do país.
A Tap mostrou-se « sensível » relativamente aos assuntos, mas não saiu do encontro uma resposta concreta relativamente a estes assuntos, confirmou o deputado Paulo Pisco.
No requerimento de julho, enviado ao presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, com perguntas dirigidas ao ministro das Infraestruturas e Habitação, os deputados socialistas referiam que « muitos » emigrantes têm exprimido « a sua enorme frustração por não terem condições para voar na TAP, seja pela redução do número de voos e de opções, seja pela política de preços altos praticada em algumas rotas, seja ainda pela instabilidade causada pelos cancelamentos e anulação de voos ».
Os deputados perguntavam à administração da TAP, através do ministério, se a empresa « está consciente de todas as perturbações que está a causar aos clientes que querem ir de férias a Portugal, muito particularmente aos portugueses residentes no estrangeiro, por causa do cancelamento e anulação de voos ».
E pretendiam saber ainda « qual a dimensão da redução dos voos da TAP para os aeroportos de França, Luxemburgo, Suíça e Alemanha e quantos voos semanais agora existem para estes países e se a companhia aérea encara a possibilidade de aumentar o número de voos de modo a garantir as férias de verão aos portugueses residentes no estrangeiro e outros cidadãos », que a procuram.