Thierry Neuville (Hyundai i20) segurou hoje a liderança da 52.ª edição do Rali de Portugal para se tornar no primeiro belga a vencer a prova e chegar à liderança do Mundial, ultrapassando o francês Sébastien Ogier (Ford Fiesta).
Neuville, que tinha vencido na Suécia em fevereiro, segurou a vantagem para conquistar o seu oitavo triunfo no Mundial nos primeiros quatro troços do dia e acelerou no último, na segunda passagem por Fafe, onde conseguiu o segundo melhor tempo, atrás do finlandês Esapekka Lappi (Toyota Yaris), e juntou quatro pontos da ‘power stage’ ao triunfo final.
Após as seis primeiras provas do Mundial, o vice-campeão do mundo 2013, 2016 e 2017 soma 119 pontos, mais 19 do que Ogier, pentacampeão mundial e da prova portuguesa, cujo abandono na sexta-feira o afastou da corrida pela sexta vitória no rali.
“Foi fantástico, o carro esteve perfeito e senti sempre o apoio da equipa durante o fim de semana. Eles fizeram um trabalho incrível, bravo para eles. Eu sabia que podíamos conquistar mais pontos na ‘power stage’, mas os pneus não estavam no melhor. Mesmo assim tentei e consegui quatro, enquanto o Sébastien [Ogier] não conseguiu nenhum. Foi uma boa manobra no campeonato. A festa vai ser rija”, afirmou Neuville, durante os festejos.
Com o primeiro lugar praticamente entregue, a luta pelos restantes lugares do pódio animou o quarto e último dia da prova, com o britânico Elfyn Evans (Ford Fiesta) a manter o segundo lugar, a 40 segundos de Neuville.
“Este foi um grande resultado para nós, e já vem tarde. Espero que seja um sinal de que mais coisas positivas vão acontecer na segunda parte da temporada”, celebrou Evans, após segurar os ímpetos do finlandês Teemu Suninen (Ford Fiesta), que arrebatou o seu primeiro pódio da carreira, com o terceiro posto, a 47,3
“A sensação é tão fantástica, demorei quase um ano para lá chegar, mas estou muito feliz por, finalmente, ter conseguido”, frisou o Suninen, que se destacou de Lappi, igualmente satisfeito pelo desempenho: “Foram dois bons dias, nunca tive de forçar e foi bom acabar no quarto lugar [a 54,7], sem erros da nossa parte”.
Suninen e Lappi, que ‘salvou’ a Toyota, acabaram por beneficiar da penalização de 10 segundos imposta a Dani Sordo (Hyundai i20), devido a uma infração cometida na sexta-feira, que atirou o espanhol para o quinto lugar, a 1.00,9 minutos do vencedor.
Os finlandeses foram dois dos grandes protagonistas no encerramento do Rali de Portugal, com o vencedor da ‘power stage’ a vencer ao início da jornada em Montim, Jari-Mati Latvala em Luílhas e Suninen na segunda passagem por Montim.
Ogier ainda ensaiou para a bonificação, o seu único objetivo após a desistência, ao ser o mais rápido a percorrer a primeira passagem o emblemático troço da Lameirinha, com o seu tradicional salto da pedra sentada, mas não foi além do oitavo na derradeira especial.
O Mads Ostberg acabou por ser o melhor Citroën C3, com o sexto lugar final, à frente do irlandês e seu companheiro de equipa Craig Breen, numa prova marcada pelos abandonos, sobretudo os de Ogier e do estónio Ott Tänak (Toyota Yaris), que tinha vencido na Argentina, mas também de Latvala, do britânico Kris Meeke (Citroën C3), do neozelandês Hayden Paddon (Hyundai i20) e do norueguês Andreas Mikkelsen (Hyundai i20).
Armindo Araújo (Hyundai i20 R5), com o 14.º lugar, a 22.35,3 minutos, assegurou o estatuto de melhor português, um dia depois de ter vencido a parte integrante do Nacional, enquanto o dinamarquês Pontus Tidemand (Skoda Fabia R5), campeão do mundo de WRC2, voltou a vencer nesta categoria, com o oitavo lugar na geral.
Alfa/Lusa.