Um tribunal francês considerou 19 pessoas culpadas de acusações de terrorismo relativas aos ataques de Paris em 2015, noticiou hoje a Associated Press.
Abdeslam, principal suspeito, foi condenado a prisão perpétua sem direito a liberdade condicional, a sentença mais pesada em França.
Abdeslam foi condenado homicídio e de tentativa de homicídio com uma organização terrorista, entre outras acusações.
Ao longo do julgamento, Abdeslam proclamou o seu radicalismo, chorou, pediu desculpas às vítimas e implorou aos juízes que o perdoassem pelos « erros ».
Os atentados em 13 de novembro de 2015 contra esplanadas de cafés e restaurantes, a sala de espetáculos Bataclan — durante um concerto da banda norte-americana Eagles of Death Metal — e junto ao estádio Stade de France — onde jogava a seleção francesa de futebol com a alemã — fizeram 130 mortos.
A sentença dos 20 acusados era aguardada hoje, após dois dias e meio de isolamento do júri numa caserna militar secreta para deliberar.
O presidente do tribunal, o juiz Jean-Louis Peries, leu os veredictos numa sala de audiências cercada por segurança sem precedentes, encerrando um julgamento de nove meses.
Mohamed Abrini, o « homem do chapéu » dos ataques de Bruxelas, que acusado de ter fornecido apoio logístico em 13 de novembro de 2015, foi condenando a prisão perpétua.
Osama Krayem e Sofien Ayari, cuja acusação havia demonstrado a « certeza » de que realizariam um ataque no aeroporto de Amesterdão no mesmo dia dos atentados de Paris, foram condenados a 30 anos de prisão.
Considerado pela Procuradoria Nacional Antiterrorista como o « homem confiança » da logística da célula, Mohamed Bakkali também foi condenado a 30 anos de prisão.
Seis réus foram julgados à revelia, incluindo cinco altos funcionários do Estado Islâmico (EI), presumivelmente mortos, incluindo o alegado patrocinador dos ataques, o belga Oussama Atar.
As penas variam de dois anos a prisão perpétua e três arguidos foram condenados a penas de prisão suspensas, não regressando à cadeia.
Catorze dos réus foram ao tribunal, incluindo Salah Abdeslam, o único sobrevivente do grupo de 10 membros que aterrorizou a capital francesa na noite de 13 de novembro de 2015.
Para as famílias das vítimas e sobreviventes dos ataques, o julgamento foi doloroso, mas crucial na sua procura por justiça.
A sentença dos 20 acusados dos atentados na sala de espetáculos Bataclan, no Stade de France e em esplanadas em Paris era aguardada hoje, após dois dias e meio de isolamento do júri numa caserna militar secreta para deliberar.
Neste processo, o mais longo de sempre em França, foram ouvidas 1.800 testemunhas, tendo sido mobilizados 330 advogados.
Uma sala de tribunal foi construída especificamente para esta ocasião e instalada no Palácio de Justiça de Paris, junto a Notre Dame. Esta sala será agora mantida para o processo dos atentados do 14 de julho de 2016, em Nice.
Com Agência Lusa.
Foto/Desenho. Salah Abdeslam em tribunal Elisabeth de Pourquery – Reuters