Costa vai falar com Zelensky sobre “estatuto especial” para integração europeia
Alfa/ com Lusa/Espresso (adaptação Alfa)
Primeiro-ministro garante que Portugal vai manter apoio militar à Ucrânia. Reconheceu divisões dentro da UE sobre a adesão daquele país e apelou à unidade
Primeiro era segredo, depois o Presidente anunciou e o primeiro-ministro confirmou:
António Costa vai a Kiev entre esta sexta-feira e sábado. E, na Polónia, antecipou o que vai falar com o Presidente ucraniano. “Os contactos que manterei na Ucrânia com o Presidente Zelensky e com o primeiro-ministro ucraniano incidirão sobre as formas de apoio que, do ponto de vista bilateral, Portugal pode continuar a assegurar ao nível do fornecimento de equipamento militar, humanitário e financeiro. Vamos também discutir a perspetiva europeia da Ucrânia, tendo em vista a que possamos ajudar a construir uma posição de unidade na União Europeia”, disse António Costa em Varsóvia, na conferência de imprensa conjunta com o chefe do Governo polaco.
O primeiro-ministro português salientou que é essencial a unidade na União Europeia e adiantou que falará com o Presidente ucraniano sobre a importância de definir um estatuto especial para um caminho pragmático e progressivo de integração europeia da Ucrânia.
Antes de falar o líder do executivo português, Mateusz Morawiecki defendeu uma rápida adesão da Ucrânia à União Europeia. Pouco depois, António Costa resolveu deixar as seguintes mensagens: “Os 27 Estados-membros da União Europeia têm de possuir a abertura suficiente para encontrarem o estatuto especial que é necessário para a Ucrânia, não nos agarremos a designações e concentremo-nos em ser pragmáticos”.
“A melhor ajuda que podemos dar à Ucrânia é não haver divisões e mantermos uma resposta unida na União Europeia face à agressão militar da Rússia. A última coisa que devemos fazer é encontrar divisões entre nós”, salientou.
O primeiro-ministro referiu a título de exemplo o complexo processo de adesão de Portugal à União Europeia, com negociações que demoraram nove anos, e falou num dos temas que espera abordar no sábado, em Kiev, com o Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky.
António Costa reconheceu a existência de uma posição diferenciada entre os Estados-membros da União Europeia em matéria de processo de adesão da Ucrânia, mas procurou sobretudo dar ênfase aos pontos em que existe convergência.
“Estamos reconhecidos e satisfeitos com a clara opção europeia da Ucrânia, todos reconhecemos a Ucrânia como parte da família europeia e todos sabemos bem quais as regras da União Europeia. Temos de encontrar uma solução que responda àquilo que é prioritário neste momento para a Ucrânia: Apoio militar, económico, humanitário e compromisso inquestionável para o esforço enorme de reconstrução”, sustentou.