O presidente do Conselho Europeu visitou hoje a Praça da Independência de Kiev, 11 anos após a onda de protestos para pedir a adesão da Ucrânia à União Europeia, salientando a coragem do povo ucraniano e o “futuro comum”.
“Este monumento [na Praça da Independência] é uma clara prova de que, quando falamos da guerra, não estamos apenas a falar de armas, mas acima de tudo de pessoas, de famílias, de pessoas que morreram, que sofreram a lutar pelo seu país e pelo direito a ter uma paz justa e duradoura”, disse António Costa, dirigindo-se a responsáveis da sociedade civil de associações que apoiam veteranos da guerra da Ucrânia, com quem se encontrou nesta que é a principal praça de Kiev.
No dia em que chega à capital ucraniana para passar o seu primeiro dia do mandato na liderança do Conselho Europeu, o antigo primeiro-ministro português sublinhou: “O trabalho da vice-presidente da Comissão Europeia e da comissária europeia do Alargamento vai assegurar para a Ucrânia e para o povo ucraniano um futuro comum na nossa União Europeia [UE]”.
“Presto tributo e é muito duro ver tantas pessoas jovens como veteranos”, adiantou.
António Costa chegou esta manhã a Kiev para passar o primeiro dia do seu mandato, acompanhado pela chefe da diplomacia da UE, para garantir apoio à Ucrânia face à invasão russa.
Cerca das 08:00 (hora local, menos duas em Lisboa), como constatou a Lusa no local, António Costa chegou a Kiev, numa comitiva composta pela Alta Representante da UE para os Negócios Estrangeiros e a Política de Segurança, Kaja Kallas, e a comissária europeia do Alargamento, Marta Kos, que também iniciam hoje funções no executivo comunitário.
Nesta principal praça da capital da Ucrânia visitada esta manhã por António Costa, irrompia, há 11 anos, aquela que ficou conhecida como a “Euromaidan” (junção entre os termos euro e maidan, nome ucraniano para praça), uma onda de agitação civil na qual os manifestantes exigiam a integração na UE, num contexto de corrupção generalizada, de abuso de poder e de violação dos direitos humanos.
A deslocação de alto nível de hoje à Ucrânia acontece após dias de intensos ataques russos contra infraestruturas energéticas críticas do país e no arranque da estação fria no país, que se teme que seja crítica, razão pela qual a UE já mobilizou ajuda, além do apoio (político, humanitário, militar e financeiro) disponibilizado ao país desde a invasão russa em fevereiro de 2022.
O antigo primeiro-ministro, António Costa, inicia hoje funções como presidente do Conselho Europeu, num mandato que se estende até 31 de maio de 2027 e no qual pretende tornar a instituição mais eficaz e promover a unidade europeia.
Este é o primeiro português e o primeiro socialista à frente da instituição.
António Costa, que fez parte do Conselho Europeu em representação de Portugal durante oito anos (período em que foi primeiro-ministro), conhece já alguns dos líderes da UE, mas pretende, no seu mandato de dois anos e meio, encontrar pontos de convergência para compromissos entre os 27.
Sucede no cargo ao belga Charles Michel, que esteve em funções entre 2019 e até este sábado, num período marcado por crises como a invasão russa da Ucrânia.
Com Agência Lusa.