Ucrânia: França vai intensificar entrega de armas a Kiev “nos próximos dias”
Emmanuel Macron “confirmou que as entregas de armas por França vão continuar e aumentar de intensidade nos próximos dias e semanas, assim como a entrega de equipamento humanitário”, indicou o Palácio do Eliseu.
França entregou mais de 800 toneladas de ajuda humanitária à Ucrânia desde o início da invasão russa em 24 de fevereiro, incluindo 13 viaturas de apoio adicionais no passado fim de semana.
Os dois líderes também “discutiram as garantias de segurança que França poderia facultar à Ucrânia no âmbito de um acordo internacional, a fim de garantir o respeito pela soberania e integridade territorial do país”.
Volodymyr Zelensky criticou o chefe de Estado francês na última quinta-feira por querer fornecer uma “porta de saída” para Vladimir Putin no conflito e considerou que “não tinha necessidade de fazer concessões políticas” à Rússia.
O Presidente francês “nunca discutiu nada com Vladimir Putin sem o acordo do presidente Zelensky”, respondeu na ocasião Paris.
Emmanuel Macron havia assegurado, no final de abril, ao seu homólogo ucraniano, que lhe agradeceu as “remessas de equipamentos militares de grande envergadura que contribuem para a resistência ucraniana”, que o apoio iria continuar “a ser reforçado, assim como a resistência humanitária prestada por França”.
Os dois chefes de Estado também discutiram “possíveis formas de permitir a exportação de cereais ucranianos, dos quais grande parte do mundo depende para a sua alimentação”.
A Ucrânia, um dos maiores produtores de cereais do mundo, enfrenta um bloqueio naval total da Rússia, principalmente do porto de Odessa, um dos principais pontos de saída das suas exportações.
A vizinha Roménia é uma das possíveis rotas alternativas, com a transferência de cereais ucranianos por comboio, camião ou cargueiro e o seu carregamento feito no porto de Constança.
Numa altura em que França detém a presidência rotativa da União Europeia (UE), Emmanuel Macron também confirmou a Volodymyr Zelensky que “o pedido de adesão da Ucrânia à União Europeia será estudado durante o Conselho Europeu de junho”, após consulta da Comissão Europeia.
De acordo com Paris, o Presidente ucraniano é muito reservado sobre a proposta de Emmanuel Macron de criar uma “comunidade política europeia” para integrar a Ucrânia na UE, o que levará “décadas”.