Ucrânia: Parlamento russo aprova pedido de Putin para enviar tropas para estrangeiro

 A câmara alta do Parlamento russo aprovou hoje o pedido do Presidente para envio de militares russos para o estrangeiro, após Vladimir Putin se ter comprometido com assistência militar aos separatistas pró-russos na Ucrânia.

Após um debate de urgência, o senado aprovou este pedido por unanimidade dos 153 membros.

O Presidente russo, Vladimir Putin, tinha horas antes pedido autorização para usar forças militares fora do país, uma medida que torna formal um destacamento militar russo para as regiões rebeldes e que pode permitir um ataque mais amplo à Ucrânia.

Vários líderes europeus disseram no início do dia que tropas russas se deslocaram para áreas detidas pelos rebeldes no leste da Ucrânia, depois de Putin ter reconhecido a independência das autoproclamadas repúblicas de Donetsk e Lugansk.

A Casa Branca começou a referir-se aos destacamentos de tropas russas no leste da Ucrânia como uma « invasão » depois de inicialmente hesitar em usar o termo – uma ‘linha vermelha’ que o Presidente Joe Biden disse que resultaria na imposição de sanções severas contra Moscovo pelos EUA.

« Pensamos que este é, sim, o início de uma invasão, a invasão da Rússia à Ucrânia », disse Jon Finer, conselheiro principal de segurança nacional.

Mas enquanto os EUA claramente lhe chamaram uma invasão, alguns outros aliados ocidentais não veem exatamente assim.

« As tropas russas entraram em Donbas », região onde estão localizadas as duas ‘repúblicas’ separatistas, que “consideramos parte da Ucrânia”, disse em Paris o chefe da política externa da UE, Josep Borrell.

Numa distinção que pode complicar uma resposta europeia e ocidental, Borrell acrescentou: « Não diria que (é) uma invasão completa, mas as tropas russas estão em solo ucraniano ».

Durante semanas, as potências ocidentais têm-se preparado para uma invasão, com a Rússia a reunir cerca de 150.000 tropas junto à fronteira com a vizinha Ucrânia.

O porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, disse hoje que a Rússia reconheceu a independência das regiões rebeldes « nas fronteiras que existiam quando proclamaram » a sua independência em 2014, o que inclui áreas que foram retomadas pelas forças ucranianas e estão atualmente sob o controlo de Kiev.

A acção de Putin ao reconhecer a independência destes territórios abriu-lhe a porta para formalizar o seu domínio e enviar forças, embora a Ucrânia e os seus aliados ocidentais tenham acusado as tropas russas de lutarem ali há anos, alegações que Moscovo nega.

 

Com Agência Lusa.

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