Ucrânia: PCP demarca-se de Putin, pede paz e queixa-se de campanha anticomunista

Ucrânia: PCP demarca-se de Putin, pede paz e queixa-se de campanha anticomunista

 

Alfa/Com Lusawhatsapp sharing buttonO secretário-geral do PCP demarcou ontem o seu partido do poder russo liderado por Vladimir Putin e apelou à paz na Ucrânia, queixando-se de que esta guerra tem sido « pretexto para uma nova campanha anticomunista ».

Num comício comemorativo do 101.º aniversário do PCP, no Campo Pequeno, em Lisboa, em que se gritou « paz sim, guerra não », Jerónimo de Sousa condenou « a recente intervenção militar da Rússia na Ucrânia e a intensificação da escalada belicista dos Estados Unidos, da NATO e da União Europeia ».

Na sua intervenção, o secretário-geral do PCP falou perto de dez minutos sobre a situação na Ucrânia, « uma guerra que urge parar e que nunca deveria ter começado », que alegou apenas servir « a administração norte-americana e o seu complexo militar-industrial para desviar atenção dos problemas internos ».

« O PCP não apoia a guerra. Isso é uma vergonhosa calúnia. O PCP tem um património inigualável na luta pela paz. O PCP não tem nada a ver com o Governo russo e o seu Presidente. A opção de classe do PCP é oposta à das forças políticas que governam a Rússia capitalista e dos seus grupos económicos », afirmou.

Em seguida, o secretário-geral do PCP acusou os Estados Unidos da América de há muito tempo levarem a cabo uma « estratégia de escalada armamentista e de dominação imperialista » e de terem promovido um « golpe de Estado » na Ucrânia em 2014, « que instaurou um poder xenófobo e belicista ».

Aplaudido por milhares de pessoas que enchiam o recinto, mais de sete mil segundo a organização, Jerónimo de Sousa declarou: « Não caricaturem a posição do PCP que, sem equívocos, e ao contrário de outros, condena todo um caminho de ingerência, violência e confrontação: o golpe de Estado de 2014 promovido pelos EUA na Ucrânia, que instaurou um poder xenófobo e belicista, a recente intervenção militar da Rússia na Ucrânia e a intensificação da escalada belicista dos Estados Unidos, da NATO e da União Europeia ».

« O PCP apela ao povo português para a mobilização e a ação pela paz, e não para a escalada da guerra, e apela à solidariedade e ajuda humanitária às populações, que não se pode confundir com o apoio a grupos fascistas ou neonazis », acrescentou.

No final desta parte do seu discurso, o secretário-geral do PCP defendeu « o reforço da luta contra o fascismo e a guerra, contra a escalada de confrontação, as agressões e as ingerências do imperialismo, contra o alargamento da NATO e pela sua dissolução, contra a militarização da União Europeia, pelo fim das sanções e dos bloqueios, pela paz e o desarmamento no mundo, pelo fim das armas nucleares, pelo respeito dos direitos da soberania dos povos ».

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