
O Presidente russo, Vladimir Putin, afirmou hoje estar disposto a reunir-se com o homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, para discutir uma solução para o conflito entre os dois países, mas impôs que o encontro decorra em Moscovo.
« Se Zelensky estiver pronto, que venha a Moscovo e esse encontro terá lugar », declarou o líder do Kremlin em conferência de imprensa em Pequim, onde participou nas comemorações do 80.º aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial.
Putin, cujas declarações à imprensa russa foram transmitidas em direto pela televisão no seu país, confirmou que o líder norte-americano, Donald Trump, lhe pediu para se reunir com Zelensky.
« Donald pediu-me para realizar a reunião, se possível. Respondi que sim, é possível », indicou.
O Presidente russo referiu que nunca descartou a possibilidade de um encontro com o homólogo ucraniano, embora tenha questionado se a reunião faria « algum sentido ».
Ao mesmo tempo, voltou a colocar em causa a legitimidade de Zelensky ao manter-se no cargo para além do seu mandato.
No entanto, a Ucrânia, que se encontra sob lei marcial desde o início da invasão russa, em fevereiro de 2022, não consegue organizar eleições representativas, uma vez que parte do seu território está ocupado e o que não está é atingido diariamente por bombardeamentos.
A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro de 2022, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Ao fim de mais de três anos da invasão russa da Ucrânia, as propostas para um acordo de paz entre Moscovo e Kiev têm fracassado, apesar das iniciativas do Presidente norte-americano, Donald Trump, para aproximar as partes.
O líder russo, Vladimir Putin, exige que a Ucrânia ceda territórios e renuncie ao apoio ocidental e à adesão à NATO, condições que Kiev considera inaceitáveis, reivindicando pelo seu lado um cessar-fogo imediato como ponto de partida para um acordo de paz, a ser salvaguardado por garantias de segurança.
Reunião de líderes chinês, russo e norte-coreano desafia ordem internacional.

A reunião em Pequim dos dirigentes chinês, Xi Jinping, russo, Vladimir Putin, e norte-coreano, Kim Jong-un, é um « desafio direto » à ordem internacional, declarou hoje a chefe da diplomacia da UE.
Este encontro não envia apenas « sinais anti-ocidentais », como também representa um « desafio direto ao sistema internacional baseado em regras e não é apenas uma questão de simbolismo », afirmou Kaja Kallas à imprensa, em Bruxelas.
Xi Jinping chegou esta manhã (hora local) à Porta de Tiananmen, em Pequim, acompanhado por Vladimir Putin e Kim Jong-un para o início da parada militar que assinalou o 80.º aniversário do fim da Segunda Guerra Mundial no Pacífico.
Os três líderes subiram juntos à tribuna de honra, depois de terem saudado individualmente cinco veteranos da Segunda Guerra Mundial, alguns com mais de 100 anos.
« Não é apenas simbólico. A guerra da Rússia na Ucrânia é apoiada pela China. São realidades que a Europa deve encarar », acrescentou a antiga primeira-ministra da Estónia, no início de uma conferência de imprensa, em Bruxelas, da Comissão Europeia sobre o acordo comercial com os países do Mercosul.
Enquanto os líderes ocidentais se reúnem para discutir a diplomacia, « uma aliança autocrática é um caminho rápido para uma nova ordem mundial », considerou.
Kallas insistiu ainda que a Rússia não pretende pôr fim à invasão do território ucraniano.
« Portanto, precisamos de abordar as consequências disto. Para a Europa só pode significar uma coisa: mais apoio militar, diplomático e económico para a Ucrânia », declarou.
No caso de uma trégua, um exército ucraniano forte é a garantia de segurança « mais sólida » para Kiev, disse.
Sobre o acordo tarifário entre os Estados Unidos e a UE, Kallas afirmou ser claro que o acordo « garante a estabilidade da maior associação comercial do mundo, previsibilidade para novos negócios e relações transatlânticas sólidas ».
Com Agência Lusa.