O secretário-geral da NATO saudou hoje a forte unidade da organização do Atlântico Norte e da União Europeia (UE) na resposta à agressão russa na Ucrânia, considerando que tal evidencia “o quão sozinha e isolada a Rússia está”.
“Discutimos o ataque brutal e injustificado em curso da Rússia à Ucrânia. Isto é bárbaro e condenamos sem reservas. Este é um momento grave para a segurança na Europa. A NATO e UE estão ao lado do bravo povo da Ucrânia. Apoiamos a soberania e integridade territorial da Ucrânia e o seu direito à autodefesa”, afirmou Jens Stoltenberg, numa conferência de imprensa conjunta com os presidentes da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e do Conselho Europeu, Charles Michel, no quartel-general da Aliança, em Bruxelas.
“A NATO e a UE estão unidas na defesa dos nossos valores, da liberdade, da democracia e do direito de cada um a seguir o seu próprio caminho. Saúdo as ações coordenadas anunciadas pela UE, Aliados da NATO e parceiros. Isto envia uma forte mensagem de unidade e mostra o quão sozinha e isolada a Rússia está”, declarou.
Reiterando que “este é um momento grave para a segurança na Europa”, pois “a Rússia está a tentar inverter os ponteiros do relógio pela força e a tentar restabelecer uma esfera de influência”, Stoltenberg salientou que Moscovo não deve duvidar por um instante de que “a NATO fará tudo para proteger os Aliados”.
Relativamente à cimeira virtual de líderes da NATO que convocou para sexta-feira, o secretário-geral disse que o objetivo é discutir “como lidar com as consequências das ações da Rússia”, e adiantou que convidou para a reunião os presidentes do Conselho Europeu e da Comissão, assim como “os líderes dos parceiros valiosos Suécia e Finlândia”.
A terminar a sua intervenção, Stoltenberg, dirigindo-se a Von der Leyen e Charles Michel, agradeceu-lhes “o facto de UE e NATO estarem juntas de uma forma tão forte”.
Pouco antes, no final de uma reunião do Conselho do Atlântico Norte – ao nível de embaixadores da Aliança -, Stoltenberg anunciara a realização de uma cimeira de líderes da organização, por videoconferência, na sexta-feira, para os Aliados discutirem os próximos passos a dar face ao “ato brutal de guerra” lançado pela Rússia.
O secretário-geral da Aliança adiantou ainda que na reunião de urgência realizada hoje de manhã, o Conselho do Atlântico Norte – principal órgão de decisão política da NATO – decidiu ativar os planos de defesa da Aliança.
“Este é um passo prudente e defensivo, para proteger as nações aliadas durante esta crise, e permitir-nos-á deslocar capacidades e forças, incluindo a força de resposta da NATO, para onde for necessário […]. A missão fundamental da NATO é proteger e defender todos os Aliados. Não deve haver espaço para qualquer erro de cálculo ou mal-entendido: um ataque a um será encarado como um ataque a todos”, advertiu.
A Rússia lançou hoje de madrugada uma ofensiva militar em território da Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que as autoridades ucranianas dizem ter provocado dezenas de mortos nas primeiras horas.
O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que o ataque responde a um “pedido de ajuda das autoridades das repúblicas de Donetsk e Lugansk”, no leste da Ucrânia, cuja independência reconheceu na segunda-feira, e visa a “desmilitarização e desnazificação” do país vizinho.
O ataque foi de imediato condenado pela generalidade da comunidade internacional e motivou reuniões de emergência de vários governos, incluindo o português, e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), União Europeia (UE) e Conselho de Segurança da ONU.
A situação vai ser discutida hoje à noite em Bruxelas pelos chefes de Estado e de Governo da UE, numa cimeira extraordinária.
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Com Agência Lusa.
Foto. AFP via Getty Images