O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, anunciou hoje que discutiu com o homólogo francês, Emmanuel Macron, o apoio de Paris a Kiev e o possível destacamento de contingentes militares estrangeiros no seu país.
« A conversa foi bastante longa e detalhada. Discutimos o apoio à defesa, as diferentes formas de defesa, os pacotes de armas para a Ucrânia », descreveu Zelensky no seu discurso diário, assinalando que foi também abordada a « implantação de contingentes parceiros” no seu país.
No seu discurso divulgado nas redes sociais, o Presidente ucraniano indicou que os dois líderes discutiram também « investimentos na compra de projéteis para a Ucrânia ».
A ideia de envio de tropas europeias para a Ucrânia foi levantada várias vezes nos últimos meses, entre especulações sobre possíveis negociações de paz entre Moscovo e Kiev, ao fim de quase três anos desde o início da invasão russa.
Este contingente seria mobilizado para garantir a manutenção de um hipotético cessar-fogo, pedido pelo Presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, que tomará posse em 20 de janeiro.
Volodymyr Zelensky afirmou na semana passada que um contingente internacional seria « um dos melhores instrumentos » para « forçar a Rússia à paz ».
Esta hipótese, levantada sobretudo em meados de dezembro pelo Presidente francês e pelo primeiro-ministro polaco, Donald Tusk, foi entretanto rejeitada pela Rússia, que a considerou prematura.
Na conversa de hoje, Zelensky e Macron discutiram ainda o treino de soldados ucranianos em França, após um escândalo ter abalado a brigada « Ana de Kiev » desde o seu regresso à Ucrânia no mês passado.
Esta brigada, parcialmente treinada em França, está a enfrentar deserções em massa e suspeitas de abuso de poder por parte dos seus comandantes, que autoridades ucranianos estão a investigar.
Zelensky anunciou em dezembro que uma segunda brigada seria formada em França em breve.
Com Agência Lusa.