UE/Cimeira: Líderes europeus prometem apoiar integração da Ucrânia « sem demora »
Os chefes de Estado e de Governo da União Europeia (UE) prometeram apoiar « sem demora » a Ucrânia na integração europeia, num comunicado divulgado hoje.
O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, destacou uma das conclusões do encontro em Versalhes, França: « sem demora, reforçaremos ainda mais os nossos laços e aprofundaremos a nossa parceria para apoiar a Ucrânia na prossecução do caminho europeu ».
Já o Presidente da Lituânia, Gitanas Nauseda, escreveu, na rede social Twitter, que a cimeira da UE foi « uma noite histórica em Versalhes ».
« Depois de cinco horas de discussões acaloradas, os líderes da UE disseram ‘sim’ à euro-integração ucraniana. O processo começou. Agora cabe a nós e aos ucranianos concretizá-la rapidamente. A nação ucraniana heroica merece saber que é bem-vinda à UE », afirmou.
No comunicado conjunto, « o Conselho Europeu reconheceu as aspirações europeias e a escolha europeia da Ucrânia », lembrando a legitimidade do pedido de Kiev « para se tornar membro da União Europeia ».
« O Conselho [Europeu] agiu rapidamente e convidou a Comissão [Europeia] a apresentar o parecer sobre este pedido, em conformidade com as disposições pertinentes dos tratados. Até lá e sem demora, reforçaremos ainda mais os nossos laços e aprofundaremos a nossa parceria para apoiar a Ucrânia na prossecução do seu caminho europeu. A Ucrânia pertence à nossa família europeia », de acordo com o comunicado.
Os líderes europeus exigiram ainda « que a segurança das instalações nucleares da Ucrânia seja imediatamente assegurada com a assistência da Agência Internacional da Energia Atómica » e que « a Rússia cesse a ação militar e retire todas as forças e equipamento militar de todo o território da Ucrânia imediata e incondicionalmente, e respeite plenamente a integridade territorial, soberania e independência da Ucrânia dentro das suas fronteiras internacionalmente reconhecidas ».
Por outro lado, lembraram que já adotaram « sanções significativas » contra a Rússia e que se mantêm dispostos « a avançar rapidamente com mais sanções ».
Os chefes de Estado e de Governo da UE iniciaram na quinta-feira uma cimeira de dois dias originalmente consagrada à economia, mas que focada na defesa e energia, por força da ofensiva russa na Ucrânia.
Agendada há muito pela atual presidência francesa do Conselho da UE, esta cimeira era dedicada integralmente ao “novo modelo europeu de crescimento e investimento”, mas a invasão da Ucrânia pela Rússia, há duas semanas, e as consequências do conflito para o bloco europeu impuseram alterações na ordem de trabalhos do encontro.
A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que causou pelo menos 516 mortos e mais de 900 feridos entre a população civil e provocou a fuga de mais de dois milhões de pessoas para os países vizinhos, segundo os mais recentes dados da ONU.
A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.