Vaticano autoriza benção de casais do mesmo sexo

Pope Francis arrives at St. Patrick's Cathedral in New York for evening prayers, September 46, 2015. Pope Francis is on a five-day trip to the USA, which includes stops in Washington DC, New York and Philadelphia, after a three-day stay in Cuba. REUTERS/Aristide Economopoulos | NJ Advance Media/POOL - RTX1SCHW

O Vaticano autorizou hoje oficialmente a benção dos casais do mesmo sexo, « em situação irregular » para a Igreja, mantendo a oposição ao casamento homossexual.

É a primeira vez que a Igreja se pronuncia assim claramente sobre a benção dos casais do mesmo sexo, um assunto que gera tensões no interior da instituição, devido a uma forte oposição do setor conservador, nomeadamente nos Estados Unidos.

Esta benção não “será realizada ao mesmo tempo que os ritos civis de união, nem mesmo em relação a eles », refere no documento o Dicastério para a Doutrina da Fé, órgão da Santa Sé, aprovado pelo Papa Francisco.

« É possível benzer os casais em situação irregular e os casais do mesmo sexo, sob uma forma que não deve ser fixada ritualmente pelas autoridades eclesiásticas, para não criar confusão com a benção própria do sacramento do casamento », explica-se no documento publicado em várias línguas pelo Vaticano.

Apesar do não reconhecimento da Santa Sé, a benção dos casais do mesmo sexo era já praticada por alguns padres, nomeadamente na Bélgica e na Alemanha.

Esta declaração surge seis semanas após o encerramento da assembleia geral do Sínodo para o Futuro da Igreja Católica, uma reunião mundial consultiva, durante a qual, bispos, mulheres e laicos, debateram temas da sociedade como o acolhimento de pessoas LGBT+ ou os casamentos de divorciados.

No início de outubro, cinco cardeais conservadores exigiram publicamente ao Papa Francisco que reafirmasse a doutrina católica sobre os casais gay, mas o documento final do Sínodo deixou esta questão de parte.

Em 2021, o Vaticano havia reafirmado que considerava a homossexualidade um « pecado » e confirmou a impossibilidade de os casais do mesmo sexo receberem o sagrado matrimónio.

Desde a eleição, em 2013, que Francisco insiste na importância de uma igreja “aberta a todos” e tomou várias medidas que suscitaram a ira dos conservadores.

 

Com Agência Lusa.

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