Venezuela: Luso-descendente dirigirá Estado-Maior das Forças Armadas
O anúncio foi feito através do Twitter pelo próprio Presidente Nicolás Maduro e o lusodescendente substitui no cargo o major-general Jesus Suárez Chourio.
“Nomeei o major general José Adelino Ornelas Ferreira ‘chefe do Estado-Maior do Comando Chefe’ para que continue a fortalecer, ao mais alto nível, toda a capacidade profissional dos homens e mulheres das Forças Armadas Bolivarianas (FANB)”, anunciou.
Nicolás Maduro explicou ainda, na mesma rede social que “Ornelas é experiência, lealdade e compromisso”.
Numa outra mensagem, Nicolás Maduro anuncia que o Ministério do Serviço Penitenciário será dirigido por Mirelyz Zulay Contreras Morena, “uma destacada profissional de grande trajetória em atenção do sistema carcerário”.
Contreras Morena substitui a ministra Iris Varela, que será candidata a deputada nas eleições legislativas previstas para 06 de dezembro.
Com 56 anos de idade o major-general luso-venezuelano José Adelino Ornelas Ferreira foi um dos alunos destacados da “Promoção General Brigada Francisco de Paula Alcântara”, em 1986, quando tinha 22 anos.
Em 04 de fevereiro de 1992 participou na intentona golpista contra o falecido ex-presidente da Venezuela, Carlos Andrés Pérez (presidiu o país em dois períodos 1974-1979 e 1989-1993), dirigida pelo falecido Presidente Hugo Chávez (presidiu o país entre 1999 e 2013), de quem foi aluno.
Fez parte da Guarda de Honra Presidencial e chefe de segurança de Hugo Chávez.
Dirigiu o Centro de Estudo Situacional da Nação (Cesna) e dirigiu a Academia Militar do Exército Bolivariano.
Em 2016 foi nomeado major-general e chefe da Primeira Região de Defesa Integral (Redi) da Venezuela, assumindo depois as funções de Comandante Estratégico Operacional das Forças Armadas Bolivarianas da Venezuela.
Foi Secretário-geral do Conselho de Defesa da Nação (Secodena) e vice-ministro de Acompanhamento e Inspeção da Gestão do Governo venezuelano.
Em novembro de 2019 foi sancionado pelo Canadá e pelo Departamento do Tesouro dos EUA pelo alegado envolvimento em “violência contra os manifestantes da oposição” e em “corrupção sob o governo socialista de (Nicolás) Maduro”.
Foi também sancionado pela Suíça e em junho de 2020 foi alvo de sanções da União Europeia (UE) que acusou 11 funcionários do Governo venezuelano de “atuarem contra o funcionamento democrático do parlamento (onde a oposição detém a maioria), inclusive, despojando a imunidade parlamentar de vários dos membros, entre eles o presidente (do parlamento) Juan Guaidó”.