A World Rugby (WR) confirmou hoje a presença de Portugal no torneio de repescagem para o Mundial de França 2023, após a sanção de 10 pontos aplicada a Espanha, que pode, no entanto, recorrer da decisão.
“Sujeito ao direito de recurso da Espanha, a dedução de 10 pontos aplicada na classificação para o Mundial de 2023 significa que a Roménia se qualifica como Europa 2 para o Grupo B, no lugar da Espanha, e que Portugal substitui a Roménia no torneio de qualificação final, em novembro de 2022”, indicou o organismo que superintende o râguebi a nível internacional.
A decisão já tinha sido avançada pela Federação Espanhola de Râguebi (FER), que dispõe, segundo a nota publicada pela WR, de “14 dias » para recorrer, « após a data de publicação da decisão do comité” independente nomeado para analisar o possível incumprimento da Lei 8 do organismo.
Em 28 de março, 15 dias após a vitória sobre Portugal (33-28) que qualificou a Espanha diretamente para o França2023, a WR nomeou uma comissão independente para examinar o potencial incumprimento da lei de elegibilidade de jogadores por parte da Espanha.
Em causa estava a utilização de Gavin van der Berg, pilar de naturalidade sul-africana utilizado pelos ‘leones’ nos dois encontros frente aos Países Baixos, que a Espanha venceu por 43-0 e 52-7, somando cinco pontos em cada encontro, por via do bónus ofensivo.
O regulamento de elegibilidade da World Rugby estabelece que um jogador pode tornar-se elegível para representar um país diferente daquele onde nasceu por ascendência familiar ou residindo no novo país durante três anos de forma ininterrupta ou 10 anos alternadamente.
Gavin Van der Berg chegou a Espanha em 2018 e estreou-se pelos ‘leones’ em dezembro de 2021, mas terá interrompido a sua ‘estadia’ em Espanha entre maio e setembro de 2019, quando regressou à África do Sul após o final do campeonato espanhol.
Segundo a FER, a decisão da WR teve como base uma “alegada falsificação do passaporte do mencionado jogador”, que terá adulterado as datas de entrada e saída em Espanha no momento da inscrição pelo Alcobendas no campeonato espanhol.
Esta é a segunda vez consecutiva que a Espanha fica de fora do Mundial devido à utilização irregular de jogadores.
Em 2018, a World Rugby sancionou a Espanha, a Roménia e a Bélgica pela utilização de jogadores não elegíveis, decisão que resultou no apuramento direto da Rússia para o Mundial de 2019, após terminar a qualificação em quarto lugar.
Por esse motivo, o comité independente nomeado pela WR determinou também que “a pena suspensa de 50 mil libras (quase 60 mil euros) relacionada com a anterior quebra da lei de elegibilidade durante a qualificação para o Mundial de 2019 será efetivada”.
Dessa forma, além de ficar de fora do Mundial de 2023, a Espanha terá ainda de pagar um total de 75 mil libras (mais de 88 mil euros).
Portugal é, para já, a única seleção com lugar marcado na repescagem, onde irá enfrentar as seleções que saírem derrotadas dos ‘play-offs’ de Ásia/Pacífico e América, além do segundo classificado da Taça Africana de Râguebi 2022, competições que se decidem em julho.
No caminho de Portugal estarão, portanto, os derrotados dos encontros entre Tonga e o futuro campeão asiático, entre os EUA e o Chile, além da equipa que perder a final da Taça Africana, que se disputará em França.
Com Agência Lusa.