Família de Zeca Afonso rejeita Panteão: fica em campa rasa
« Foi, a seu pedido, enterrado em campa rasa e sem cerimónias oficiais, em total coerência com a sua vida e pensamento », lê-se num comunicado da família.
Alfa/com Expresso e outros jornais.
Os familiares de José Afonso não querem que os restos mortais do músico sejam trasladados para o Panteão Nacional, tal como havia sido proposto pela Sociedade Portuguesa de Autores. Esta quarta-feira, através de um comunicado a que a TSF teve acesso, os familiares explicam que fazê-lo seria ir contra os seus desejos.
“José Afonso rejeitou em vida as condecorações oficiais que lhe haviam sido propostas. Foi, a seu pedido, enterrado em campa rasa e sem cerimónias oficiais, em total coerência com a sua vida e pensamento. Por isso, apesar da meritória intenção que inspira a proposta, é a sua vontade que deve ser respeitada”, lê-se no comunicado.
Esta terça-feira, a Sociedade Portuguesa de Autores assumiu publicamente o “compromisso de lutar por este legítimo e inadiável ato de consagração” de levar Zeca Afonso para o Panteão, junto a figuras incontornáveis da sociedade portuguesa, incluindo Almeida Garrett, Amália Rodrigues, Aquilino Ribeiro, Eusébio, Guerra Junqueiro, Humberto Delgado, João de Deus, Manuel de Arriaga, Óscar Carmona, Sidónio Pais, Sophia de Mello Breyner Anderson e Teófilo Braga.
« É este o tributo e é esta homenagem que Portugal deve a quem como mais ninguém o soube cantar em nome dos valores da liberdade, da democracia, da cultura e da cidadania », explicaram os autores.
José Afonso morreu em 1987, com 57 anos de idade e os restos mortais do autor de Grândola Vila Morena estão sepultados em campa rasa no Cemitério de Nossa Senhora da Piedade, em Setúbal.