1.º de Maio/Portugal: CGTP-IN critica « Governo dos grupos económicos »

Manifestação organizada pela Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses — Intersindical Nacional (CGTP-IN), no âmbito das comemorações do Dia do Trabalhador, decorreru entre o Martim Moniz e a Alameda D. Afonso Henriques, em Lisboa, 01 de maio de 2024. Os trabalhadores do Comércio, Escritórios e Serviços de Portugal estão em luta por mais salário, menos horário, valorização das carreiras e profissões, e pelo combate à precariedade. MIGUEL A. LOPES/LUSA

1.º de Maio: CGTP-IN critica « Governo dos grupos económicos »

O secretário-geral da CGTP-IN, Tiago Oliveira, afirmou que Portugal tem “um Governo dos grupos económicos” e que é “urgente uma rutura” que faça o país crescer, para que todos consigam viver e trabalhar condignamente.

“Temos muito caminho pela frente, muito caminho para trilhar. Temos um Governo dos grupos económicos […], mas ainda na semana passada tivemos uma das maiores manifestações de sempre em defesa e afirmação dos valores de Abril”, disse Tiago Oliveira perante milhares de pessoas concentradas nos jardins da fonte Luminosa, na Alameda D. Afonso Henriques, em Lisboa.

Quando se assinala o Dia do Trabalhador, o secretário-geral da CGTP-IN deixou a garantia de que a intersindical vai estar atenta e alertou no sentido de esclarecer e mobilizar os trabalhadores para a luta.

“Cabe a todos nós, em cada empresa, em cada local de trabalho, lutarmos por uma vida melhor”, disse.

Recordou a manifestação por ocasião do 25 de Abril, que classificou como “uma das maiores de sempre em defesa e afirmação dos valores de Abril”, para defender que a manifestação de hoje, que juntou milhares de pessoas, é a prova de que “Maio afirmou Abril”.

“Hoje, como há anos, dizemos aqui estamos e estaremos sempre, na luta por um mundo melhor, mais justo e solidário, onde o valor do trabalho seja reconhecido, para pertencer ao povo o que o povo produzir”, defendeu.

Destacou que o poder de mudança está nas mãos dos trabalhadores e na sua capacidade de luta e mobilização, apontando que cada um é construtor de tudo o que de bom existe na sua vida e que “é possível uma vida melhor”.

“É imperioso prosseguir a intensificar a luta porque é urgente uma rutura, uma real mudança, que coloque o país a produzir e a crescer, que garanta a todos os que aqui querem viver e trabalhar as condições que hoje são negadas”, disse Tiago Oliveira.

Para o líder da CGTP-In, “é urgente” que os salários tenham um “geral e significativo” aumento porque esse é o “elemento central” para conseguir a rutura pela qual a intersindical luta, uma vez que só isso “garante o combate às desigualdades” ou a valorização de profissões e carreiras.

Tiago Oliveira frisou que “é possível aumentar os salários com o nível de riqueza que hoje se produz”, deixando novamente a reivindicação de um aumento salarial de 15% a que corresponda pelo menos 150 euros em todos os ordenados, além do aumento do salário mínimo nacional para mil euros.

Além do aumento dos salários, a CGTP quer também que haja uma redução do tempo de trabalho para 35 horas sem quaisquer perdas de remuneração, bem como o “reforço e melhoria dos serviços públicos”.

Durante o seu discurso, Tiago Oliveira aproveitou para exigir, logo no início da sua intervenção, que “parem de tocar os tambores da guerra”, defendendo que “a solução dos conflitos deve ser feita pela via política” e aproveitando para enviar a “todos os povos do mundo, uma palavra de fraternidade”.

Na opinião do secretário-geral da CGTP, a guerra de Israel na Palestina – “responsável por mais de 34 mil mortes, quase metade crianças” – é a prova de que “não são os povos, não são os trabalhadores que promovem as guerras”.

No final, a CGTP-In aprovou, por unanimidade, uma resolução que exige o aumento dos salários, o combate à exploração e a garantia de direitos, que inclui, entre outros, a reposição do direito da contratação coletiva, o aumento das pensões de reforma ou o reforço do investimento nos serviços públicos.

Alfa/ com Lusa

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