Portugal. Chega propõe referendo sobre imigração como condição para viabilizar OE2025

André Ventura (C), presidente do Partido Chega, fala aos jornalistas após o encontro com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, na sequência das audiências aos partidos com assento parlamentar após as eleições legislativas de 10 de março, no Palácio de Belém, em Lisboa, 18 de março de 2024. MANUEL DE ALMEIDA/LUSA

Chega propõe referendo sobre imigração como condição para viabilizar OE2025

O Chega vai propor ao parlamento a realização de um referendo sobre imigração, anunciou hoje o presidente do partido, admitindo que será “mais uma das condições” para a aprovação do Orçamento do Estado para o próximo ano.

Em conferência de imprensa na sede do partido, em Lisboa, André Ventura anunciou que « o Chega proporá no parlamento a convocação de um referendo em data a definir em conjunto entre os vários órgãos de soberania, mas que devia ser apontado para o início do próximo ano, para o mês de janeiro ».

O líder do Chega indicou que o objetivo é os portugueses serem chamados a pronunciar-se se deve ser estabelecido um “limite anual de imigrantes no país, definido previamente por lei, que possa ser revisto » periodicamente e também se “concordam ou não com a definição de quotas previamente enquadradas por áreas de especialização e por necessidades da economia”.

Esta é uma de “três grandes propostas incontornáveis para a viabilização do Orçamento do Estado para 2025” que o partido anunciou hoje. O Chega quer também um « reforço financeiro para o controlo de fronteiras » e a revisão dos « subsídios e apoios sociais que são pagos a estrangeiros ».

André Ventura insistiu numa ideia que tem defendido, de que “ninguém deve receber um subsídio social em Portugal antes de descontar cinco anos para o sistema de Segurança Social português ».

Questionado diretamente se as três propostas são condições para a aprovação do Orçamento do Estado, Ventura disse que « são condições para a negociação do Orçamento » e destacou o referendo.

“Caso o referendo não vá para a frente pela mão do Governo fica difícil haver o nosso voto no Orçamento do Estado, a favor, que é o que o Governo precisa para passar o Orçamento”, defendeu mais à frente, referindo que é “mais uma das condições para aprovação do Orçamento do Estado”, a par de outras que o partido tem vindo a definir.

O líder do Chega sustentou que « a convocação de um referendo não deve ser sequer alvo de qualquer contestação, uma vez que é chamar os portugueses às urnas para decidirem pior eles próprios » e disse já ter contactado informalmente o PSD.

« Estamos a fazer um esforço total para que haja condições políticas para uma aprovação orçamental », indicou, manifestando abertura para « ajustar as propostas » e para as « discutir e enquadrar ».

André Ventura sustentou que « o país sente a pressão migratória nas suas várias dimensões, na habitação, saúde, segurança e criminalidade, mas também na diversidade e na pressão cultural ».

« Portugal deve receber bem aqueles que o procura, protegê-los e integrá-los na sua economia e no seu crescimento económico. Isto não quer, no entanto, dizer que Portugal possa ficar à mercê de portas completamente abertas, sem qualquer controlo e com um drama que todos os dias aumenta e se intensifica em muitas das nossas regiões », acrescentou.

Considerando que a « imigração não deve ser nem tabu nem objeto de arremesso político », o líder do Chega argumentou que o referendo constitui uma oportunidade para um « debate vivíssimo sobre o tema ».

Nos termos da Constituição, “os cidadãos eleitores recenseados no território nacional podem ser chamados a pronunciar-se diretamente, a título vinculativo, através de referendo, por decisão do Presidente da República, mediante proposta da Assembleia da República ou do Governo, em matérias das respetivas competências, nos casos e nos termos previstos na Constituição e na lei”.

Um controlo mais apertado da imigração é uma das bandeiras do Chega, que convocou para dia 21 de setembro uma manifestação « contra a imigração descontrolada e insegurança nas ruas ».

Alfa/ com Lusa

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