Apenas 1% dos incêndios em Portugal no ano passado tiveram origem natural. Dados que constam do relatório anual de incêndios florestais na União Europeia. Por cá, continuam por divulgar.
Dos 21 mil incêndios registados em 2017, o ano com mais área ardida da história de Portugal, apenas 1,3% tiveram causas naturais. Do outro lado, um terço dos incêndios investigados foram ateados intencionalmente.
Os números, nunca publicados em relatórios nacionais, foram fornecidos pelas autoridades portuguesas e constam do último relatório anual de incêndios florestais na União Europeia agora divulgado.
Do total de fogos registados, os tais 21 mil, quase 4 mil não chegaram a ter a origem investigada pelas autoridades, não sendo adiantadas as razões desta falta.
Entre os casos investigados, para 39%, ou seja 6.661, não foi possível determinar a origem das chamas.
Do outro lado, nos casos em que a GNR conseguiu determinar essas origens, 10.610, quase metade (49,7%), nasceram de negligência humana, com o relatório a destacar o problema das queimadas dos agricultores que se descontrolam.
Destaque, no entanto, para os mais de 3.400 casos de fogo intencional (32,4%, um terço dos casos com origem conhecida), mas também os reacendimentos (1.761 dos casos, 16,6%) e, a terminar, as causas naturais: 138, ou seja, 1,3%.
Com 540 mil hectares de área ardida, 2017 foi claramente o ano com mais terra queimada desde que há registos em Portugal, ficando na memória os incêndios de Pedrógão Grande e os de 15 de outubro que afetaram dezenas de concelhos na zona Centro.
Alfa/ Nuno Guedes-TSF