França, Espanha e Alemanha dão oito dias a Maduro para marcar eleições. Se não o fizer, os três países reconhecem Guaidó como presidente interino. Na Venezuela residem cerca de 300.000 portugueses ou lusodescendentes. MNE português, Augusto Santos Silva, confirma ao Expresso a sintonia com Espanha, Alemanha e França. A posição conjunta ainda não foi alcançada, mas os objetivos da União Europeia já estão traçados.
Alfa/com Lusa, Expresso e outras fontes
Ultimato foi anunciado por Macron, Sánchez e Merkel e é possível que esta posição antecipe uma nova tomada de posição da União Europeia sobre a situação política na Venezuela.
Os três líderes europeus deram com efeito neste sábado oito dias a Nicolás Maduro para convocar eleições “transparentes”, caso contrário reconhecem Juan Guaidó como Presidente interino.
Numa sessão oficial no palácio da Moncloa, sede do Governo espanhol, o primeiro-ministro Pedro Sanchez sublinhou que Guaiadó deve liderar a transição para eleições livres na Venezuela, enquanto máximo representante da Assembleia Nacional venezuelana.
Emmanuel Macron optou pela rede social Twitter para passar a mesma mensagem: « O povo venezuelano deve poder decidir livremente o seu futuro. Se não forem anunciadas eleições em oito dias, poderemos reconhecer [Juan] Guaidó como ‘presidente interino’ da Venezuela para implementar esse processo político. Trabalhamos em conjunto com os nossos aliados europeus », anunciou o chefe do Governo francês.
A Alemanha acaba de anunciar a mesma possição através de um comunicado do Governo, citado pela agência France Press.
Recorde-se que, já na sexta-feira, o chefe da diplomacia portuguesa, Augusto Santos Silva, deixou claro que ou Nicolás Maduro aceita realizar “eleições livres no mais breve prazo possível”, ou a União Europeia (UE) reconhecerá que só Juan Guaidó o pode fazer.
“Se Nicolas Maduro mantiver a intransigência e se recusar a participar nesta solução de transição pacífica, isso significa que mais ninguém poderá contar com ele […] deixará de ser interlocutor válido” para a comunidade internacional, disse Santos Silva em Lisboa.
O ministro sublinhou que, a ser assim, isso significa “o reconhecimento de que só a Assembleia Nacional e o seu presidente estarão em condições de conduzir o processo eleitoral”.
Recorde-se que líder do parlamento venezuelano, Juan Guaidó, autoproclamou-se na quarta-feira Presidente interino da Venezuela.
A Venezuela, país onde residem cerca de 300.000 portugueses ou lusodescendentes, enfrenta uma grave crise política e económica que levou 2,3 milhões de pessoas a fugir do país desde 2015, segundo dados da ONU.