CGD denunciou Sócrates e deu origem à Operação Marquês

A Caixa Geral de Depósitos (CGD) denunciou José Sócrates, em abril de 2013, de “um esquema” segundo o qual “recebeu de forma indireta” mais de meio milhão de euros, notícia hoje o semanário Expresso. Segundo este jornal, ao denunciar Sócrates a CGD motivou a Operação Marquês.

Expresso avança que investigação ao ex-primeiro-ministro começou com relatório enviado em 2013 pela Caixa à PJ. Nele, o banco dizia que Sócrates usaria a conta da mãe como “conta de passagem”.

Extrato do trabalho publicado este sábado na edição semanal do Expresso pelo jornalista Micael Pereira:

« Investigação secreta. Sócrates foi denunciado pela CGD.

500 páginas de uma investigação anterior ao processo judicial só agora são conhecidas. Caixa deu primeiro alerta sobre esquema de recebimento de dinheiro de Sócrates em abril de 2013. A informação prestada pelo banco público foi além do mero reporte de uma transação suspeita e continha já a base do que veio a tornar-se a Operação Marquês. Instrução do caso começa segunda-feira e pode demorar um ano. Operação Marquês tem 53 mil páginas e 13,5 milhões de ficheiros informáticos

O Expresso foi analisar as versões integrais de dois processos administrativos (PA) que foram feitos antes sequer de haver autos, no âmbito da lei de prevenção de branqueamento de capitais, e revelam que foi a Caixa Geral de Depósitos (CGD) que denunciou Sócrates em abril de 2013. O relatório da CGD descreve como Sócrates recebeu três transferências de 100 mil euros cada — em junho, agosto e setembro de 2012 — vindas de uma conta detida pela mãe, mas que na verdade tiveram “origem numa conta sediada no BES, titulada por Carlos Manuel Santos Silva”.

Sócrates nunca apareceu referenciado, mas o facto de a transação suspeita envolver Santos Silva fez com que o procurador Rosário Teixeira determinasse a 17 de julho de 2013 que fosse integrado no PA principal, o 806/2013. Dois dias depois começava a Operação Marquês. »

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