“O Brasil merece um presidente que esteja à altura do cargo”. Reunião do G7 em Biarritz. Reação muito dura e enervada do Presidente Emmanuel Macron a comentário do seu homólogo brasileiro, Jair Bolsonaro, sobre a idade da sua mulher, Brigitte Macron
Alfa/Expresso. Por Daniel Ribeiro
“Rien ne va plus” entre o Brasil e a França. Os dois países estão à beira da rutura diplomática, depois de declarações muito duras e enervadas, esta tarde, de Emmanuel Macron sobre o seu homólogo brasileiro.
Jair Bolsonaro não gostou de não ter sido convidado para a reunião do G7, em Biarritz, no sudoeste francês, onde marcaram presença diversos chefes de Estado e de Governo, além dos dos sete países mais ricos do mundo (EUA, Canadá, Alemanha, Japão, França, Itália e Reino Unido).
Numa primeira fase, sobre os incêndios na Amazónia, Bolsonaro acusou Macron de ter “mentalidade colonialista”.
Depois disso, Emmanuel Macron acusou Jair Bolsonaro de lhe ter “mentido” sobre os compromissos ambientais que, alegadamente, assumira sobe os acordos de Paris sobre o clima e as negociações sobre o acordo UE/Mercosur.
A seguir foi um crescendo de ataques pessoais da parte brasileira, nas redes sociais, com governantes e responsáveis políticos do país de língua portuguesa a chamarem “idiota” e outros « mimos » a Macron e com o próprio Bolsonaro alegadamente a comparar a beleza das duas primeiras damas (a brasileira é 29 anos mais nova do que a francesa).
Estes últimos àpartes nas redes sociais foram a gota de água que fez transbordar o copo da paciência de Macron, que apareceu esta tarde visivelmente irritado numa conferência de imprensa, em Biarritz.
“Ele (Bolsonaro) mentiu sobre o clima e fez insinuações sem qualquer respeito sobre a minha mulher… é triste, é triste para ele e os brasileiros, penso que as mulheres brasileiras e os brasileiros têm vergonha deste presidente e, como tenho grande estima pelo provo brasileiro, espero que este tenha brevemente um presidente que se comporte à altura do cargo”, declarou o Presidente francês.