O Lusitano de Zurique, a revista mensal destinada à comunidade portuguesa residente em Zurique lançou hoje uma edição especial evocativo dos 25 anos de trabalho de um projeto que quer « ser a voz dos sem voz ».
A ideia nasceu há 25 anos, quando dois membros do Centro Lusitano de Zurique criaram um boletim informativo, primeiro quatro folhas A3 que juntavam recortes de várias revistas e jornais com o intuito de informar a comunidade portuguesa sobre os acontecimentos da região.
“Na altura, era tudo feito à mão, por eles, dava muito trabalho”, afirmou Sandra Ferreira, atual diretora da revista mensal Lusitano de Zurique.
Com o falecimento de um dos fundadores e a alteração da direção do Centro Lusitano de Zurique, as quatro páginas soltas A3 deram origem à revista como é hoje conhecida pela comunidade portuguesa residente em Zurique.
“Em 2005, quando lançámos a primeira edição da revista, algumas páginas eram a cores, outras a preto e branco, para reduzir nos custos. Entretanto, fomos crescendo, com a ajuda dos nossos patrocinadores, e decidimos apostar numa revista totalmente a cores”, disse a diretora.
A revista de 40 páginas, é garantida pelo trabalho de 20 colaboradores, residentes em Portugal e na Suíça, que cooperam de forma voluntária para garantir que a publicação chegue a casa dos portugueses residentes em Zurique de forma totalmente gratuita.
“Nem todos os nossos colaboradores têm formação jornalística, mas vou dando todas as informações e ferramentas necessárias para que consigam fazer um trabalho de qualidade”, afirmou Sandra Ferreira, diretora e jornalista da revista.
Atualmente, são distribuídos cerca de 2500 exemplares por todo o cantão de Zurique e são publicadas 11 revistas por ano.
“Nos primeiros anos, a revista era distribuída somente aos associados do Centro Lusitano de Zurique e nas igrejas locais”, recordou a diretora.
Hoje, a revista é distribuída por todo o cantão de Zurique ao público português em geral, privilegiando as associações portuguesas.
“Hoje em dia a solidariedade é cada vez mais difícil, principalmente no que toca as associações. Há uma dificuldade enorme em encontrar pessoas que estejam prontas a ajudar”, disse a diretora atual da revista, acrescentado que o maior problema é a substituição dos voluntários.
“Quando perdemos pessoas solidárias que fazem tanto pela revista, é complicado substituí-las”, explicou.
A diretora da revista, Sandra Ferreira, deixa transparecer uma forte preocupação quanto ao futuro do periódico, considerando que, “deveria haver mais apoio para este tipo de projetos. Não é fácil encontrar colaboradores voluntários e tenho medo de que isso possa comprometer a qualidade do conteúdo da revista”.
“As pessoas que têm estado à frente da direção do Centro Lusitano de Zurique têm sido fundamentais para a existência desta revista ao longo destes 25 anos”, declarou.
Já participaram na redação da revista algumas personalidades como o cantor Pedro Barroso ou os escritores Rui Aragonez Marques e Alice Vieira.
A diretora promete ainda que fará o esforço necessário para manter viva a revista com a promessa de “dar uma nova cara à revista a cada ano” e fazer o necessário para angariar novos patrocinadores para garantir a qualidade e diversidade da informação.
Alfa/Lusa.