Presidente do PSD encerra hoje Universidade de Verão do partido
A Universidade de Verão, uma iniciativa de formação de jovens quadros que cumpre 20 anos, funciona tradicionalmente como uma segunda ‘rentrée’ do partido – depois da Festa do Pontal, a meio de agosto -, mais perto do reinício da atividade política e parlamentar depois das férias.
Luís Montenegro aproveitará a presença em Castelo de Vide e cumprirá, entre domingo e quarta-feira, mais uma edição do programa ‘Sentir Portugal’. Portalegre é o 13.º distrito escolhido pelo presidente do PSD, na sequência do compromisso que assumiu no 40.º Congresso de passar uma semana por mês nos diferentes distritos de Portugal.
A Universidade de Verão decorre desde segunda-feira, um dia depois do antigo presidente do PSD Luís Marques Mendes ter admitido a sua disponibilidade para uma candidatura presidencial, palavras que acabaram por ter ecos ao longo de toda a semana.
O ex-líder do CDS-PP Paulo Portas foi um dos oradores convidados e, questionado sobre o tema, defendeu que a prioridade do espaço não socialista deve ser construir uma alternativa para suceder ao primeiro-ministro António Costa e não procurar um sucessor para o Presidente da República.
O próprio Marcelo Rebelo de Sousa participou na Universidade de Verão do PSD – a primeira vez em formato presencial desde que foi eleito para Belém – e acabou por resumir o seu legado e dizer o que espera de um futuro sucessor.
“O que eu gostaria de deixar, eu acho que provavelmente aquilo que talvez deixe, é ter sido um presidente de proximidade (…) Espero que os meus sucessores não o percam e, naquilo que eu falhei, façam muito melhor do que eu”, desejou.
Luís Montenegro deslocou-se também na quarta-feira a Castelo de Vide para ouvir a conferência do Presidente da República dedicada à Ucrânia, e não escapou a perguntas sobre o tema.
“Não é nem o tempo nem o lugar para falar das eleições presidenciais. Conto falar disso mais ou menos daqui a dois anos”, afirmou, contrapondo que o partido está “empenhadíssimo” em ser oposição ao Governo e “vencer as próximas eleições legislativas”
A fechar a semana, o antigo primeiro-ministro Durão Barroso passou também pela Universidade de Verão do PSD e, voltando a afastar uma candidatura presidencial em 2026, preferiu deixar metas paras as eleições europeias já do próximo ano, que definiu como “prioridade imediata” do partido.
“Claro que todas as eleições são importantes, mas do ponto de vista político agora o importante, além das eleições da Madeira, é ganhar as europeias. O objetivo político imediato é preparar-se para ser Governo, para isso é muito importante ter uma vitória nas europeias”, defendeu.
Montenegro poderá voltar hoje ao tema da Festa do Pontal, na qual anunciou cinco propostas na área fiscal, incluindo uma redução ainda este ano das taxas do IRS em todos os escalões, à exceção do último, que seria financiada pelo excedente da receita fiscal.
O PSD solicitou para 20 de setembro a discussão e votação no parlamento dos diplomas com as várias medidas fiscais, nas quais se contam uma taxa máxima de IRS para os jovens até aos 35 anos, a atualização obrigatória dos escalões do IRS em função da inflação, um mecanismo para que o parlamento decida o que fazer com o excedente fiscal e isenção de IRS e TSU para os prémios de produtividade com um valor até 6% da remuneração base anual.
Apesar do repto ao PS para que aprovasse este pacote ainda antes da apresentação do Orçamento do Estado para 2024, os socialistas já classificaram as propostas do PSD como “um logro” e “enganadoras”, dizendo que o governo socialista tem descido impostos e não aceita lições nesta matéria.