Cerca de 265 emigrantes com estatuto de investidor podem aplicar até 155 ME em Portugal
Paulo Cafôfo, que falava aos jornalistas no final da apresentação da segunda edição do PNAID, que vai decorrer em Viana do Castelo entre 14 e 16 de dezembro, revelou que o programa de atração de investimento da diáspora tem “13,5 milhões de euros para financiamento de 135 projetos”.
“O potencial de crescimento é enorme e o encontro do PNAID que vai decorrer em Viana do Castelo, com temas como a economia azul, tecnologias oceânicas, energias renováveis, turismo, ciência e cultura estamos a olhar para o território e criar oportunidades de desenvolvimento”, sublinhou.
O governante, reforçando o papel da diáspora, referiu que em 2022 as remessas dos emigrantes bateram um recorde com 3,9 mil milhões de euros, mais 4,6 % que em 2021 e que, no primeiro semestre de 2023, o valor já é superior aquele montante”.
Criado em 2020, o PNAID pretende valorizar as comunidades portuguesas, promover o investimento da diáspora, particularmente no interior do país, bem como as exportações e a internacionalização das empresas nacionais através da diáspora.
Paulo Cafôfo referiu que o próximo encontro “vai colocar Viana do Castelo no centro de Portugal e da diáspora” e vai permitir “reforçar a ligação com cinco milhões de portugueses que vivem no estrangeiro”.
Para o governante, os emigrantes são “um ativo estratégico” que importa “valorizar”, “atraindo investimento” e, aproveitando a “relação afetiva” com o país natal.
“Essa relação afetiva tem de ter valor económico”, sublinhou, adiantando que os apoios ao investimento da diáspora são “dirigidos para os territórios de baixa densidade”.
“Territórios que precisam de fixar gente, mas também de atrair emprego e investimento”, destacou.
A secretária de Estado do Desenvolvimento Regional, Isabel Ferreira, referiu que com o novo quadro comunitário 2030 o Governo “vai continuar a apoiar o investimento empresarial produtivo, muito centrado na inovação produtiva, na qualificação e internacionalização das Pequenas e Médias Empresas (PME), no empreendedorismo e criação de emprego qualificação”.
“Os dois primeiros avisos de apoio à inovação produtiva estão abertos até final de dezembro. Tem uma dotação de 125 milhões de euros para o interior do país e, 275 milhões de euros para os restantes territórios”, destacou.
A governante disse que o Governo está “muito expectante” relativamente ao encontro do PNAID de Viana do Castelo por permitir “fazer um balanço” das medidas de apoio ao investimento da diáspora e “divulgar as novas oportunidades”.
“É também importante por termos, no mesmo espaço, empresários portugueses, estrangeiros, técnicos, administração central, para ajudar e apoiar na divulgação de todos os instrumentos que estão à disposição para captar um investimento fundamental ao país”, disse Isabel Ferreira.
No programa do PNAID de 2023 estão previstas intervenções dos ministros dos Negócios Estrangeiros, da Coesão Territorial, da Cultura, da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior, da Economia e do Mar, Ambiente e Ação Climática, Agricultura e Alimentação, entre outros membros do Governo.
O encontro, que tem como lema “Investimento da diáspora, um investimento com marca”, visa dar informação sobre áreas-chave das políticas públicas do país a empresários portugueses no estrangeiro, interessados em investir em Portugal.
São esperados cerca de 700 participantes durante os três dias do evento, que terão toda a informação disponível sobre as políticas governamentais direcionadas a empresários portugueses e lusodescendentes residentes no estrangeiro que queiram investir em Portugal, assim como para as empresas nacionais que estejam interessadas em internacionalizar o seu negócio através do empresariado da diáspora, reforçando a sua vertente exportadora.
São temas em destaque nesta segunda edição dos encontros PNAID a economia azul, energias renováveis e sustentabilidade e agenda cultural, património, ciência e turismo.