As promessas de António Costa para os próximos tempos

Foto. Festa da Rádio Alfa 2016 (Foto de Ilustração)

Mensagem de Natal de Costa: “Ainda temos muito para continuar a melhorar”. O primeiro-ministro fez um discurso natalício a apontar para o futuro e para os eixos da sua mensagem eleitoral do próximo ano: conseguiu fazer muito e ter resultados, embora ainda lhe falte muito para fazer. Adivinhe o que isto quer dizer…

Alfa/Expresso. Por Vítor Matos

Na sua mensagem de Natal deste ano – que antecipa um intenso 2019 com três eleições – o primeiro-ministro avança com a narrativa que deverá fixar nos próximos meses e que não deixa de ser um apelo ao eleitorado: Portugal melhorou, mas ainda pode continuar a melhorar, sobretudo se forem aplicadas as políticas certas – ou seja, as do Governo do PS.

« Estamos melhor, mas ainda temos muito para continuar a melhorar », disse António Costa esta terça-feira numa mensagem transmitida em direto na televisão, no mesmo dia em que Marcelo Rebelo de Sousa alertou para a possibilidade de estarmos precocemente a entrar num longo período de campanha eleitoral. « A primeira condição é dar continuidade às boas políticas que nos têm permitido alcançar bons resultados », pediu o primeiro-ministro.

Ao mesmo tempo que fez esta interpelação velada à continuação das suas opções – só poderão continuar se os portugueses voltarem a dar-lhe o voto -, o chefe do Governo e secretário-geral do PS referiu que foi possível « dar continuidade a este percurso, sem riscos de retrocesso ». Quer dizer que conseguiu executar o plano de devolução dos rendimentos sem repetir a bancarrota de José Sócrates, com as contas a caminharem para um saldo próximo de zero (embora só tenha pronunciado a palavra « défice » uma vez ao longo do discurso).

Um dos objetivos futuros? « Eliminar o défice e continuar a reduzir a dívida, condições da credibilidade internacional que reconquistámos, e que é fundamental para reduzir os juros que Estado, empresas e famílias pagam ». Apresenta-se aqui com um discurso que, não sendo novo, é uma diferença essencial para os partidos que suportaram a ‘geringonça’ nos últimos quatro orçamentos: as contas certas e o cumprimento dos critérios europeus, uma base de conversa para não assustar o eleitorado moderado do centro-direita.

« Eu não me iludo e não nos podemos iludir com os números », afirmou, para citar os valores positivos da criação de emprego e dos médicos de família, justificando-se sempre com humildade. E ensaiou a mensagem que já tem usado para puxar dos galões da sua governação: « Pela primeira vez desde o início do século a nossa economia cresceu mais do que a média europeia, reduzindo fortemente o desemprego, permitindo-nos ter, finalmente, contas certas e melhorar a vida da maioria das famílias. »

Com uma palavra para o futuro, falou sobretudo para a sua esquerda: « Temos de continuar a melhorar os rendimentos e a dignidade no trabalho, aumentar o investimento na educação, na formação ao longo da vida, na criação cultural e científica, na inovação ». Mas também apontou para a direita: « Temos de continuar a criar condições para termos empresas mais sólidas que investem na sua modernização tecnológica, exportam cada vez mais e para mais mercados, criando mais postos de trabalho, mais estáveis e melhor remunerados ».

António Costa lançou dois desafios que diz ser necessário vencer nos próximos tempos (pode ler-se na próxima legislatura?): o território e o interior, mas também a natalidade. O primeiro desafio é « o pleno aproveitamento do nosso território, valorizando os recursos desaproveitados (…) onde temos de aproveitar o seu potencial e a proximidade a um grande mercado ibérico de 60 milhões de consumidores, para repovoar este território e ganharmos coesão territorial ».

O segundo desafio assumido pelo líder do PS é « demográfico », que admite não ser possível resolver apenas com a imigração: « É absolutamente essencial que os jovens sintam que têm em Portugal a oportunidade de se realizarem plenamente do ponto de vista pessoal e profissional, e assegurar uma nova dinâmica à natalidade ».

O primeiro-ministro fechou a mensagem de Natal com o que poderá continuar a fazer para o país ser « mais justo, com mais crescimento, melhor emprego e maior igualdade », o tom do « clima pré-eleitoral » de que falava o Presidente da República no artigo que publicou esta terça-feira no « Jornal de Notícias ».

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