Bernard-Henri Lévy pede Nobel da Literatura para António Lobo Antunes. O filósofo francês Bernard-Henri Lévy questionou este sábado de manhã, na abertura do colóquio dedicado aos 40 anos de vida literária de António Lobo Antunes, a decorrer na Gulbenkian, como é possível o Nobel tardar tanto para este escritor português.
Alfa/Público. Por Isabel Coutinho
O escritor e filósofo francês Bernard-Henri Lévy, que neste sábado de manhã fez a conferência de abertura do colóquio António Lobo Antunes: 40 Anos de Vida Literária, que decorre durante todo o dia na Fundação Calouste Gulbenkian, em Lisboa, congratulou-se por o seu país ter permitido à obra do escritor português a entrada na Biblioteca La Pléiade, considerada a colecção de referência da literatura mundial. “Há poucos autores vivos a terem esse privilégio”, lembrou o intelectual francês.
“Mas há um gesto que se impunha, há uma recompensa que se impunha, há uma recompensa que ele merece há tantos anos e que nos faz perguntar : como é possível que tarde tanto? A recompensa que eu peço esta manhã para António Lobo Antunes é naturalmente o Prémio Nobel da Literatura”, afirmou o autor de Barbárie com Rosto Humano, e imediatamente se fizeram ouvir palmas entusiásticas no auditório, cuja plateia se encheu esta manhã para assistir ao colóquio que celebra a publicação dos dois primeiros romances de António Lobo Antunes, Os Cus de Judas e Memória de Elefante, ambos publicados em 1979.
O Presidente da República Marcelo Rebelo de Sousa irá encerrar a cerimónia às 17h30 ao lado do homenageado que lerá também excertos destas suas primeiras obras. O colóquio é de entrada livre e a frase “apenas me preocupa atingir o coração do coração e iluminar tudo”, retirada da Crónica com um sorriso no fim, é o seu mote.