O Ministério Público não pediu prisão preventiva para nenhum dos arguidos da Operação Cartão Vermelho. O juíz Carlos Alexandre decidiu que Luís Filipe Vieira vai pagar uma caução de três milhões de euros, entregar o passaporte e fica proibido de contacto com membros da direção do Benfica. Até ao pagamento da caução, O antigo presidente do Benfica ficará em prisão domiciliária.
O empresário e presidente do Benfica, agora suspenso de funções, foi interrogado pelo juiz Carlos Alexandre este sábado, tendo sido o último a ser ouvido no âmbito da operação Cartão Vermelho.
Da ação desencadeada quarta-feira, que investiga negócios e financiamentos superiores a 100 milhões de euros, resultaram outros três detidos: o empresário José António dos Santos, conhecido por Rei dos frangos, o advogado e empresário de futebol Bruno Macedo e Tiago Vieira, filho de Luís Filipe Vieira. Segundo o Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP) estão em causa factos suscetíveis de configurar « crimes de abuso de confiança, burla qualificada, falsificação, fraude fiscal e branqueamento de capitais ».
Além da burla ao Novo Banco, Luís Filipe Vieira está indiciado de ter desviado 2,5 milhões de euros do Benfica para o seu universo pessoal com a ajuda do filho, Tiago Vieira, a quem passou a maioria das empresas. No centro do esquema está o empresário de futebol Bruno Macedo, a quem o Ministério Público atribui a criação de um carrossel de empresas, dentro e fora do país, por onde se dissimularam ativos do Benfica que depois foram usados para beneficiar o então presidente do clube.
Para esta investigação foram cumpridos cerca de 45 mandados de busca a sociedades, residências, escritórios de advogados e uma instituição bancária em Lisboa, Torres Vedras e Braga. Um dos locais onde decorreram buscas foi a SAD do Benfica que, em comunicado, adiantou que não foi constituída arguida.