Casamento de luxo em Versalhes. Ghosn reembolsa Renault em 50 mil euros

Carlos e Carole casaram no Palácio de Versalhes em 2016. A fatura seguiu para a Renault, abatendo ao crédito em serviços de que a marca beneficia

Carlos Ghosn é acusado de tentar esconder rendimentos, negociados com a Nissan, e que esperava receber mal deixasse as suas funções na empresa

PHILIPPE WOJAZER / REUTERS

Alfa/Expresso

Carlos Ghosn, o ex-presidente da aliança Renault-Nissan detido em Tóquio, está « disponível e pronto » para entregar ao grupo 50 mil euros pela organização do seu casamento no Palácio de Versalhes, em outubro de 2016. O que está em causa? A despesa foi atribuída à Renault, por conta da contrapartida (até 575 mil euros), no âmbito do acordo de patrocínio do Palácio pela marca.

Agora, o advogado de Ghosn, citado pela France Presse confirmou que o gestor está « pronto para acertar contas ». « Ele nunca teve consciência de que lhes devia esse dinheiro, já que nunca fora reclamado. Ele achou que era uma oferta », justificou o advogado Jean-Yves Le Borgn.

Na quinta-feira, a Renault anunciou que iria reportar ao tribunal o benefício indevido de 50 mil euros, que configurava o uso pessoal de dinheiro da empresa. O patrocínio a Versalhes no de 2,3 milhões concede à marca uma contrapartida de serviços do Palácio até 25% daquele valor.

Segundo o Palácio de Versalhes, fora a Renault a pedir a cedência de uma galeria e do Grand Trianon para um jantar a 8 de outubro de 2016. A instituição pública avaliou o aluguer em 50 mil euros, se imaginar que em causa estava o casamento do casal Carlos e Carole.

INVESTIGAÇÕES INTERNAS

Foram investigações internas lançadas em novembro após a detenção de Carlos Ghosn em Tóquio que levaram a Renault a descobrir o caso do casamento. Até agora, as auditorias internas não revelaram outras ilicitudes imputáveis ao obreira da feliz aliança Renault-Nissan-Mitsubishi.

A imprensa francesa citava ontem um outro episódio com Versallhes. Um jantar de pompa e gala, em 2014, que ficou por 600 mil euros ao construtor automóvel. Oficialmente, foi uma festa para celebrar os 15 anos da aliança Renault-Nissan. Mas, segundo fontes do setor, nos convidados dominavam os amigos de Ghosn e não os representantes dos dois fabricantes. E sobra uma coincidência: a data, 9 de março, Essa é a data de nascimento do gestor franco-brasileiro que nesse dia completava um número redondo: 60 anos. A verdade é que o convite para a festa referia apenas « os 15 anos da Aliança ».

Carlos Ghosn foi detido em Tóquio em 19 de novembro, acusado de fuga ao fisco, informação falsa às autoridades da Bolsa de Tóquio sobre o seu salário, uso pessoal de dinheiros da Nissan e abuso de confiança. de 2010 a 2018. Dirigia a Renault desde 2005 e renunciou ao cargo no fim de janeiro, dois meses depois de ter sido afastado da presidência da Nissan e Mitsubishi.

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