Chefes de diplomacia da UE discutem em Bruxelas tensão no Médio Oriente

BRUSSELS, BELGIUM - OCTOBER 24: The European Commission building is pictured on October 24, 2014 in Brussels, Belgium. Alongside criticism from outgoing European Commission president Jose Manuel Barroso on the UK's stance on EU immigration and a plan to quit the European Court of Human Rights, the UK has now been told to pay an extra ?1.7bn GBP (2.1bn EUR) towards the EU's budget because its economy has performed better than expected. (Photo by Carl Court/Getty Images)

Chefes de diplomacia da UE discutem em Bruxelas tensão no Médio Oriente

Chefes de diplomacia da UE discutem em Bruxelas tensão no Médio Oriente

Alfa/Lusa
Os ministros dos Negócios Estrangeiros da União Europeia (UE) reúnem-se hoje em Bruxelas, num Conselho extraordinário convocado pelo chefe da diplomacia europeia para discutir a situação no Médio Oriente à luz da confrontação entre Estados Unidos e Irão.

A reunião foi convocada na passada segunda-feira pelo Alto Representante da UE para a Política Externa, Josep Borrell, com o propósito de “discutir os recentes desenvolvimentos no Iraque e no Irão” e o contributo que a União pode dar para ajudar a “inverter a escalada de tensões na região”.

O encontro, no qual Portugal estará representado pelo ministro Augusto Santos Silva, tem lugar numa altura em que a situação aparenta estar um pouco mais desanuviada, depois de o Presidente norte-americano, Donald Trump, ter declarado, na quarta-feira, que os Estados Unidos estão prontos a “abraçar a paz com todos os que a buscam » e a apostar na renegociação do acordo nuclear de 2015, afastando para já o cenário de um conflito militar.

Novas e « poderosas » sanções contra Teerão foram a resposta anunciada pela Casa Branca aos mísseis iranianos lançados horas antes contra duas bases iraquianas com tropas norte-americanas lá estacionadas, em Ain al-Assad (oeste) e Erbil (norte), que fizeram temer uma escalada da confrontação.

O ataque foi reivindicado pelos Guardas da Revolução iranianos como uma “operação de vingança”, em retaliação pela morte do general Qassem Soleimani, comandante da sua força Al-Quds, na sexta-feira, num ataque aéreo em Bagdade ordenado por Trump.

Também na quarta-feira, o colégio da Comissão Europeia debateu a situação, tendo a presidente do executivo comunitário, Ursula von der Leyen, sublinhado que “a União Europeia tem muito para oferecer”, enquanto facilitadora do diálogo entre todos os atores, já que “a sua voz é ouvida na região”.

“A crise atual afeta profundamente não só a região, mas todos nós, e o uso de armas deve parar agora para dar espaço ao diálogo. Exortamos todas as partes para fazerem todos os possíveis para retomar as conversações. A UE à sua própria maneira tem muito para oferecer. Temos relações estabelecidas e comprovadas pelo tempo com muitos atores na região para ajudar a travar a escalada (…) A UE está muito empenhada nesta área, pelo que a sua voz é ouvida”, declarou.

O chefe da diplomacia portuguesa, Augusto Santos Silva, também já comentou na última quarta-feira a situação, apelando à contenção de todos os envolvidos para evitar « uma espiral de violência » no Médio Oriente.

“As ações militares tomadas pelo Irão contra bases da coligação internacional [que luta contra o Estado Islâmico no Iraque] a que Portugal pertence merecem a nossa condenação, mas apelamos também a todos os envolvidos para que usem da máxima contenção para evitarmos uma espiral de violência no Médio Oriente e uma escalada que nos afastará mais de uma solução pacífica, sustentada e duradoura para a estabilidade” naquela região, disse o ministro, que participará hoje no Conselho, com início agendado para as 15:00 locais, 14:00 de Lisboa.

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