Vacinação obrigatória contra a covid-19 para os profissionais de saúde entra em vigor esta quarta-feira, 15, em França.
Sem ela, não podem trabalhar, designadamente em hospitais – e o salário é suspenso. A medida abrange 2,7 milhões de pessoas.
Há protestos nas ruas de Paris. Profissionais de saúde manifestaram-se ontem contra esta medida e ameaçam com uma greve geral nas próximas semanas.
Trabalhadores de hospitais, lares de idosos, centros de saúde, cuidadores, bombeiros e condutores de ambulâncias e militares em serviço civil são abrangidos por esta decisão.
O Presidente Emmanuel Macron lançou esta medida há dois meses, mas uma minoria, algo significativa, não se vacinou.
Segundo um último relatório das autoridades um pouco mais de 88% dos funcionários de hospitais e lares receberam pelo menos uma dose de vacina e mais de 90% entre os profissionais independentes.
A CGT, uma das principais centrais sindicais do país, convocou manifestações contra a obrigatoriedade da vacina e alertou para um « desastre de saúde » se os profissionais desta área que são contra a vacinação deixarem de poder exercer.
A FO-Santé, por sua vez, exigiu ao Governo « tempo adicional » para resolver « situações ingeríveis » em alguns hospitais, onde « estão a ser considerados encerramentos de serviços e camas » devido ao número insuficiente de profissionais vacinados.
O líder do central sindical CFDT, Laurent Berger pediu na quinta-feira para « evitar ao máximo que as pessoas sejam sancionadas ».
No entanto, o Governo francês não parece querer ceder. « Não vamos recuar », disse há dias o Primeiro-ministro francês, Jean Castex.
Pelo seu lado, o ministro da Saúde, Olivier Véran, ameaçou com « controlos sistemáticos ».
« Não hesitaremos se tivermos de ordenar suspensões », afirmou a diretora da Agência Regional de Saúde (ARS) da região parisiense, Amélie Verdier.
« Esperamos que os que ainda hesitam se convençam com a firmeza demonstrada », concluiu Amélie Verdier.