Filme luso-brasileiro « Deserto Particular » candidato a nomeação aos Óscares pelo Brasil

Filme luso-brasileiro « Deserto Particular » candidato a nomeação aos Óscares pelo Brasil

Alfa/ Lusa

whatsapp sharing button O filme « Deserto Particular », do realizador brasileiro Aly Muritiba, com coprodução portuguesa, é o candidato do Brasil a uma nomeação para o Óscar de Melhor Filme Internacional em 2022, revelou hoje a distribuidora Outsider Films.

« Deserto Particular » tem coprodução portuguesa pela Fado Filmes, através de financiamento e participação técnica, nomeadamente na montagem, assinada por Patrícia Saramago, explicou à agência Lusa o produtor Luís Galvão Teles.

O filme conta a história de um polícia afastado de funções, Daniel, que atravessa o Brasil à procura de Sara, uma transexual por quem ele se apaixonou através da Internet.

« Deserto Particular », escolhido entre 14 filmes brasileiros, tenta uma nomeação para os Óscares depois de ter vencido este ano o prémio do público numa das secções do festival de Veneza, em Itália.

Em Veneza, o realizador Aly Muritiba explicou que o filme é sobre o poder do reencontro e retrata uma história de amor em tempos de ódio no Brasil.

Luís Galvão Teles explicou à Lusa que a Fado Filmes entra na produção do filme no âmbito de uma parceria de reciprocidade com a brasileira Gravo Audiovisual, com um orçamento total de 900 mil euros.

Ou seja, a Fado Filmes entrou com financiamento em « Deserto Particular » e a Gravo Audiovisual entrou como coprodutora minoritária no filme português « Nunca Nada Aconteceu », de Gonçalo Galvão Teles, que se estreará nos cinemas em dezembro.

« Isto nasceu de um processo de colaboração e reciprocidade entre as duas produtoras, e servimos até de ponto de algum tipo de solidariedade, dadas as circunstâncias difíceis no Brasil » para a produção de cinema, explicou Luís Galvão Teles.

« Deserto Particular » deverá estrear-se nos cinemas portugueses no primeiro trimestre de 2022.

Portugal só anunciará o seu candidato a uma nomeação para os Óscares no próximo dia 29 de outubro, através da Academia Portuguesa de Cinema, a partir de uma pré-seleção de seis filmes.

São eles « A metamorfose dos pássaros », de Catarina Vasconcelos, « Nunca nada aconteceu », de Gonçalo Galvão Teles, « O som que desce da terra », de Sérgio Graciano, « Sombra », de Bruno Gascon, « Terra Nova », de Artur Ribeiro, e « O último banho », de David Bonneville.

A 94.ª edição dos Óscares, os prémios de cinema dos Estados Unidos, está marcada para 27 de março de 2022 em Los Angeles, na Califórnia. Os nomeados serão conhecidos a 08 de fevereiro.

Segundo o regulamento na página oficial dos Óscares – cujas regras sofreram uma adaptação ao contexto pandémico – os filmes candidatos a uma nomeação para Melhor Filme Internacional têm de se estrear no país de origem entre 01 de janeiro e 31 de dezembro de 2021 e ter pelo menos uma semana consecutiva de exibição comercial em sala. Não é obrigatória a estreia nos Estados Unidos.

No processo de candidaturas, há outros países que já fizeram as suas escolhas, como França, que selecionou « Titane », filme de Julia Ducournau, Palma de Ouro este ano em Cannes.

Espanha escolheu « El buen patrón », de Fernando León de Aranoa, a Colômbia selecionou « Memoria », do tailandês Apichatpong Weerasethakul, protagonizado por Tilda Swinton, a Alemanha candidatou « I’m your man », de Maria Schrader, e a Coreia do Sul « Escape from Mogadishu », de Ryoo Seung-wan.

Este ano o Óscar de Melhor Filme Internacional foi para « Mais uma rodada », de Thomas Vinterberg (Dinamarca).

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