França. Análise. Crise política. Marine le Pen pode ganhar Legislativas e… Presidenciais

Portuguese president of far-right party Chega, Andre Ventura (L), is greeted by Rassemblement National`s Marine Le Pen (R) at the opening of Identity and Democracy public meeting in Lisbon, Portugal, 24th november 2023. TIAGO PETINGA/LUSA

Opinião Alfa – Daniel Ribeiro

“Marine le Pen pode ganhar as legislativas antecipadas de 30 de junho e 7 de julho” – é a análise (ousada?) que se faz nesta segunda-feira em Paris, noutras capitais e mesmo em Lisboa, segundo diversas fontes contatadas pela Rádio Alfa.

Depois da vitória esmagadora da RN (União Nacional) nas Europeias francesas, o Presidente Emmanuel Macron, humilhado por tamanha derrota, tenta apagar o incêndio com as eleições antecipadas que marcou a uma velocidade astronómica para o fim deste mês e de forma quase nunca vista em qualquer parte do mundo.

Macron tenta, deste modo, apanhar todos os adversários de surpresa – socialistas/esquerda, direita clássica/centristas, mesmo a direita radical, etc…. – Que não estavam à espera de uma decisão de dissolução da AN tão célere, inesperada e… estapafúrdia!

Tenta também, com a vertiginosa aceleração das eleições antecipadas, evitar ajustes de contas cruéis no interior do seu movimento, que se encontra completamente destroçado.

Contudo, o que parece é que, mesmo com as eleições a decorrerem sob o sistema eleitoral maioritário a duas voltas, que não favorece o Partido de le Pen, ela poderá ganhar.

Se na segunda volta lhe faltarem até por exemplo 10 votos para governar com maioria absoluta, Marine le Pen, que é candidata às presidenciais, poderá com relativa facilidade “comprá-los” em amigos próximos do LR, designadamente do Sul de França.

Emmanuel Macron, político pouco experiente, poderá neste momento estar a jogar com o fogo: (cito o título de um artigo de hoje do jornal de Le Monde):

« A force de jouer avec le feu, le chef de l’Etat pourrait finir par se brûler, en entraînant dans l’incendie le pays tout entier »

 

Article précédent10 de Junho/Pedrógão Grande: Marcelo pede futuro mais igual para todas as terras e sem novas tragédias
Article suivant“Portugal, uma história no feminino” (de Ana Rodrigues Oliveira) – O Livro da Semana