Governo cria marca para dar visibilidade ao ‘investidor da diáspora’ em Portugal 

Governo cria marca para dar visibilidade ao ‘investidor da diáspora’ em Portugal

Alfa/Lusa

A secretária de Estado das Comunidades Portuguesas disse hoje que a criação da marca ‘investidor da diáspora’ e o ‘estatuto do investidor’ são importantes para “dar visibilidade” e apoiar os emigrantes portugueses que apostam no seu país de origem.

“Temos duas novidades importantes, uma para dar visibilidade ao investimento que já existe [marca ‘investidor da diáspora’] e outra para dar mais incentivo a novos investimentos [‘estatuto do investidor’]”, explicou Berta Nunes.

A governante falava após a assinatura de protocolos relativos à criação de Gabinetes de Apoio aos Emigrantes (GAE) do Alto Tâmega e Barroso, que decorreu em Montalegre, no distrito de Vila Real.

Para Berta Nunes, é importante “dar visibilidade” aos investimentos já existentes através da marca ‘investidor da diáspora’.

“Quando às vezes passamos num investimento da diáspora, não sabemos que aquela pessoa é um emigrante que trabalhou muitos anos e depois investiu na economia local”, realçou.

O objetivo é também que a opinião pública em Portugal perceba que o emigrante não se limita a enviar remessas para o seu país de origem, mas que também investe, acrescentou.

Será também criado o estatuto de ‘investidor da diáspora’ que permita aos emigrantes beneficiarem de apoios ao investimento.

“Estamos a trabalhar com o Ministério da Coesão [Territorial] e com a secretaria de Estado da Valorização do Interior para poder haver avisos dedicados a investidores da diáspora, poder haver majorações nas candidaturas para o investidor da diáspora, que é outra forma de atrairmos os nossos investidores, e não só incentivar a investir, mas dar um apoio adicional, pelo seu esforço, que bem merecem”, sublinhou.

Berta Nunes lembrou ainda que a pandemia de covid-19 pode ser também uma “oportunidade” para alguns emigrantes que estão “em situações mais complicadas” e até “já tinham a ideia de voltar a Portugal”.

“Em alguns diálogos que temos tido com as comunidades, num deles foi-nos dito que há um pouco esse sentimento, e uma das expressões que utilizaram é que crise por crise vamos viver a crise no nosso país”, referiu.

A secretária de Estado das Comunidades Portugueses frisou ainda que alguns dos instrumentos do Programa Nacional de Apoio ao Investimento da Diáspora (PNAID) “podem ser úteis para orientar o investimento e até para a criação do próprio emprego”.

Na cerimónia de hoje, as autarquias de Montalegre, Vila Pouca de Aguiar e Ribeira de Pena assinaram a adenda ao protocolo já existente, por já terem também aceitado a transferência de novas competências para as autarquias locais por parte do Estado.

Berta Nunes explicou que esta adenda, entre outras medidas vai acrescentar formação para os técnicos que trabalham nos GAE, de forma a “poderem orientar quem quer investir ou quem quer exportar, no caso das empresas e produtores locais”.

“O que estamos a acrescentar vem em bom momento porque na verdade provavelmente muitos emigrantes vão aproveitar a oportunidade para regressar a casa”, atirou.

O presidente da Câmara de Montalegre, Orlando Alves, destacou também a importância do GAE pela necessidade de informar os emigrantes.

E elogiou também a transferência de competências que permite que o país “pouco a pouco” se vá descentralizando.

“Neste caso concreto esta descentralização coloca-nos na roda do movimento que está direcionado para a informação, sem contrapartida nenhuma”, frisou Orlando Alves.

“Mas o que importa é que comecemos a sentir que algo está a mudar, comecemos a perceber que a seguir a esta transferência venha outra e pouco e pouco o país liberta-se da centralidade inoperante que Lisboa se transformou”, apontou o também presidente da Comunidade Intermunicipal (CIM) do Alto Tâmega, que junta os concelhos de Chaves, Montalegre, Boticas, Ribeira de Pena, Vila Pouca de Aguiar e Valpaços.

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