Governo recorre a plano de emergência negociado com a troika para travar a fome

Governo recorre a plano de emergência negociado com a troika para travar a fome – informação Expresso

A assistência alimentar subiu 50% em dois meses: as famílias que recebem cabazes passaram de 60 mil para 90 mil e podem estar abrangidos trabalhadores em lay-off. A UGT reclama plano de emergência social, a esquerda quer mais medidas e o PSD vai apresentar plano, acrescenta o Expresso

O ministério do Trabalho, da Solidariedade e da Segurança Social, de Ana Mendes Godinho, vai distribuir mais 30 mil cabazes alimentares para famílias carenciadas

Foto NUNO VEIGA/LUSA

Informação Expresso:

O Governo vai distribuir, em maio, 90 mil cabazes alimentares a famílias em situação de carência económica, em muitos casos causada pela pandemia da covid-19, através de instituições sociais. A medida vai, por isso, abranger trabalhadores em situação de lay-off ou desempregados e representa um acréscimo de 50% do número de cabazes distribuídos no passado mês de março. Os custos do projeto são financiados por verbas europeias, negociadas nos tempos da troika para fazer face à crise social e económica que o país vivia.

A distribuição dos cabazes, compostos por 25 bens alimentares, será feita ao abrigo do Programa Operacional de Apoio às Pessoas Mais Carenciadas (POAPMC), um projeto suportado por verbas europeias e que foi negociado entre o Governo de Passos Coelho e o então presidente da Comissão Europeia, Durão Barroso. Na altura, tratava-se de um programa de “emergência alimentar” para combater a crise social portuguesa provocada pela aplicação das medidas de austeridade e previa a atribui­ção de €200 milhões para a criação de cantinas sociais e distribuição de alimentos.

O jornal acrescenta:

O então designado Programa Comunitário de Assistência Alimentar a Carenciados ficou fechado com Bruxelas em 2014, mas a retoma económica — e a mudança governativa entretanto ocorrida — retirou este plano das prioridades da agenda política. Há dois anos, já com António Costa no poder e com a aprovação de uma verba global de €220 milhões para executar até 2023, o Governo criou um novo projeto, como o apoio a mais de 600 instituições sociais que fazem a distribuição dos alimentos entre as famílias mais carenciadas. O projeto passou a incluir, igualmente, uma vertente de pedagogia alimentar com o objetivo de incentivar hábitos de alimentação saudável.

Mas a crescente pressão social causada pela pandemia da covid-19 — e que leva a um acréscimo do número de desempregados no IEFP, que tem aumentado cerca de 3 mil pessoas por dia — obrigou o Governo a reforçar a capacidade de resposta deste programa de assistência alimentar. No início do ano, os cabazes chegavam a 60 mil famílias, aumentando este mês para os 69 mil agregados e já estando previsto para maio que alcance 90 mil lares.

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