Lula em Portugal. Polémica/Ucrânia. PS defende o Presidente do Brasil com exemplo de Macron

PS considera que Lula tem procurado fomentar « a busca pela paz » na Ucrânia e responde ao PSD com exemplo de Macron.

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Alfa/com Lusa (adaptação Alfa)linkedin sharing button
whatsapp sharing buttonO PS considerou ontem que o Presidente do Brasil tem procurado fomentar “a busca pela paz” na Ucrânia, tal como o chefe de Estado francês, salientando não ter ouvido o PSD pedir uma demarcação de Emmanuel Macron.

Em declarações à Lusa, a vice-presidente da bancada do PS Jamila Madeira considerou que “a posição de Portugal, do Governo e do PS têm sido absolutamente claras desde o primeiro minuto”, em solidariedade para com a Ucrânia e com a “defesa do direito internacional e condenação do Estado que invadiu”, a Rússia.

A vice presidente da bancada do PS declarou: “Aquilo que nós vemos – como vimos fomentada nos últimos dias pelo Presidente Macron e agora também fomentada pelo Presidente Lula – é uma preocupação legítima de Portugal, dos portugueses, dos cidadãos do mundo que é a busca pela paz.”

Horas antes, o primeiro vice-presidente do PSD, Paulo Rangel, tinha instado o Governo a “tomar uma posição pública e formal” demarcando-se das declarações do Presidente brasileiro de que a União Europeia, a NATO (Aliança Atlântica) e os Estados Unidos da América (EUA) estão a estimular a guerra na Ucrânia.

“Aquilo que nós vemos – como vimos fomentada nos últimos dias pelo Presidente [francês Emmanuel] Macron e agora também fomentada pelo Presidente Lula – é uma preocupação legítima de Portugal, dos portugueses, dos cidadãos do mundo que é a busca pela paz”, contrapôs a deputada socialista.

Para Jamila Madeira, “sem prejuízo de condenar veementemente o momento de violação do direito internacional de provocação desta guerra pela Rússia”, é necessário “tentar procurar o mais possível que, no quadro mundial, se retome a premissa da paz”.

“Não creio que haja nenhuma dúvida sobre essa matéria e, em relação à diplomacia que cada Estado promove, todas as ações que possam ser no sentido da paz são por nós acompanhadas com os instrumentos habituais. Assim como vimos o Presidente Macron – e não creio que o PSD venha dizer que nos temos de demarcar dele – também acredito que sejam essas as motivações, bem verbalizadas em vários momentos, do que o Presidente Lula está a promover”, afirmou.

Questionada sobre a posição do presidente da IL, Rui Rocha, que defendeu hoje que a Assembleia da República “não pode receber um aliado de Putin como Lula no 25 de Abril”, a vice-presidente da bancada socialista respondeu de forma indireta.

“Não vejo nenhuma alteração das nossas relações, nem nenhuma alteração da posição portuguesa relativamente a essa matéria”, afirmou.

Lula da Silva será recebido e discursará na Assembleia da República numa sessão de boas vindas no dia 25 de Abril, marcada para as 10:00, hora e meia antes da tradicional sessão solene que assina o aniversário da Revolução dos Cravos.

A deputada socialista admitiu que existem posições diferentes da de Portugal sobre a guerra na Ucrânia até no quadro dos países da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), mas fez questão de sublinhar as relações “cada vez mais robustecidas entre Portugal e o Brasil”, quer ao nível dos Estados, quer dos povos.

Sobre eventuais críticas à posição da União Europeia (UE) nesta guerra, Jamila Madeira defendeu que a UE tem procurado “criar condições de apoio aos cidadãos e condições de resistência para que a guerra que acontece” na Ucrânia “possa ter fim o mais breve possível”.

Em declarações aos jornalistas, o Presidente do Brasil defendeu no sábado, no final de uma visita à China, que os EUA “devem parar de encorajar a guerra » na Ucrânia e que a União Europeia “deve começar a falar de paz”.

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