ONU teme o pior desastre do ano no Mediterrâneo: mais de 150 pessoas estão desaparecidas
“Notícia terrível. Chegam-nos informações de um grande naufrágio ao largo da costa da Líbia”, escreveu no Twitter Charlie Yaxley, o porta-voz da agência das Nações Unidas para os refugiados
Quando aquelas duas embarcações saíram da capital da Líbia na quinta-feira, a esperança confundia-se com lotaria. Eram 300 pessoas em busca da Europa. Mas, como tantas vezes acontece, o plano pode azedar: os dois barcos viraram-se depois de 120 quilómetros naquelas águas. A guarda costeira líbia resgatou 137 deles e recuperou um corpo sem vida. Ou seja, há mais de 150 pessoas desaparecidas, conta o “The Guardian”. Este pode ser o maior desastre desta natureza em 2019.
“Notícia terrível”, confirmou no Twitter Charlie Yaxley, porta-voz da agência das Nações Unidas para os refugiados (ACNUR). « Chegam-nos informações de um grande naufrágio ao largo da costa da Líbia”, conta este artigo do “El País”. Yaxley revela ainda que a maioria seria da Eritreia e que havia mulheres e crianças a bordo.
A acalmia do mar, muito própria desta altura do ano, conduz a um aumento significativo de venturosas embarcações rumo ao continente europeu, o que aumenta também as histórias trágicas. É certo que também há o outro lado: quase 38 mil pessoas chegaram à Europa pelo mar durante este ano, enquanto outras oito mil fizeram-no por terra, regista o Organização Internacional de Migrações.
O porta-voz do ACNUR insistiu numa conversa que mais parece estar em loop: “Este evento terrível demonstra, mais uma vez, a necessidade extrema de mudar-se a abordagem no Mediterrâneo. Uma ação urgente é necessária para salvar vidas no mar e prevenir, em primeiro lugar, que outras pessoas entrem naqueles barcos, oferecendo alternativas legais e seguras”.
De acordo com aquele organismo, o número de mortos daqueles que tentaram navegar da Líbia para a Europa, em 2019, está nos 164. Num plano geral, as Nações Unidas aponta para pelo menos 683 mortes no Mediterrâneo desde o início do ano e 426 perderam a vida nas ‘rotas negras’: saíram da Argélia, Tunísia ou Líbia em direção a Malta ou Itália.