Mais de 150 pessoas estão desaparecidas. ONU teme o pior desastre do ano no Mediterrâneo

HANDOUT - A picture made available on 20 April 2015 shows a boat with refugees close to the cargo ship 'OOC Jaguar' on the Mediterranean sea on 12 April 2015. The ships of the shipping company Opielok Offshore Carriers have rescued more than 1,500 people from the Mediterranean sea since last December. Photo:  Opielok Offshore Carriers/dpa (ATTENTION EDITORS: Image for editorial use only in connection with the current reporting. EDITORIAL USE ONLY AND MANDATORY CREDITS.)

ONU teme o pior desastre do ano no Mediterrâneo: mais de 150 pessoas estão desaparecidas

Foto LOUISA GOULIAMAKI

“Notícia terrível. Chegam-nos informações de um grande naufrágio ao largo da costa da Líbia”, escreveu no Twitter Charlie Yaxley, o porta-voz da agência das Nações Unidas para os refugiados

Alfa/Expresso

Quando aquelas duas embarcações saíram da capital da Líbia na quinta-feira, a esperança confundia-se com lotaria. Eram 300 pessoas em busca da Europa. Mas, como tantas vezes acontece, o plano pode azedar: os dois barcos viraram-se depois de 120 quilómetros naquelas águas. A guarda costeira líbia resgatou 137 deles e recuperou um corpo sem vida. Ou seja, há mais de 150 pessoas desaparecidas, conta o “The Guardian”. Este pode ser o maior desastre desta natureza em 2019.

“Notícia terrível”, confirmou no Twitter Charlie Yaxley, porta-voz da agência das Nações Unidas para os refugiados (ACNUR). « Chegam-nos informações de um grande naufrágio ao largo da costa da Líbia”, conta este artigo do “El País”. Yaxley revela ainda que a maioria seria da Eritreia e que havia mulheres e crianças a bordo.

A acalmia do mar, muito própria desta altura do ano, conduz a um aumento significativo de venturosas embarcações rumo ao continente europeu, o que aumenta também as histórias trágicas. É certo que também há o outro lado: quase 38 mil pessoas chegaram à Europa pelo mar durante este ano, enquanto outras oito mil fizeram-no por terra, regista o Organização Internacional de Migrações.

O porta-voz do ACNUR insistiu numa conversa que mais parece estar em loop: “Este evento terrível demonstra, mais uma vez, a necessidade extrema de mudar-se a abordagem no Mediterrâneo. Uma ação urgente é necessária para salvar vidas no mar e prevenir, em primeiro lugar, que outras pessoas entrem naqueles barcos, oferecendo alternativas legais e seguras”.

De acordo com aquele organismo, o número de mortos daqueles que tentaram navegar da Líbia para a Europa, em 2019, está nos 164. Num plano geral, as Nações Unidas aponta para pelo menos 683 mortes no Mediterrâneo desde o início do ano e 426 perderam a vida nas ‘rotas negras’: saíram da Argélia, Tunísia ou Líbia em direção a Malta ou Itália.

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