Adriano Moreira foi figura de referência da democracia cristã portuguesa. Apesar de ter sido « Ministro do Ultramar » do Estado Novo e de ter reaberto a prisão do Tarrafal em 1961, depois do 25 de abril de 1974 manteve amigos à esquerda, designadamente Mário Soares, e à direita.
« Foi um homem e político dividido entre dois regimes », como escreveu hoje um jornal português.
A notícia foi avançada pelo “Diário de Notícias” e, depois, confirmada. Advogado, académico e ensaísta, foi ministro do Ultramar no Estado Novo, presidente do CDS e membro do Conselho de Estado.
Foi o político com a maior longevidade da história democrática portuguesa.
Efetuou a « viagem » entre a ditadura e a democracia com alguns sobressaltos e incómodos, mas acabou por ser intregado pacificamente pelo regime saído do 25 de abril de 1974.
Depois da notícia da sua morte, o Expresso lembra afirmações do PR Marcelo Rebelo de Sousa:
« A 6 de setembro completou 100 anos. Nesse dia, o Presidente da República afirmou que Adriano Moreira entrou “para a História de Portugal ao unir o nosso passado com o futuro”. Marcelo Rebelo de Sousa disse ainda que o ex-presidente centrista foi “grande em dois regimes políticos diferentes”.