Mundial2022. « Deixem o Ronaldo em paz » – Fernando Santos

Portugal head coach Fernando Santos attends a press conference ahead of their quarter final match against Morocco, at the Media Center, in Doha, Qatar, 09 December 2022. JOSE SENA GOULAO/LUSA

O selecionador português de futebol, Fernando Santos, admitiu hoje que Cristiano Ronaldo ficou insatisfeito quando soube que seria suplente frente à Suíça, mas negou que o avançado tenha manifestado vontade de abandonar a concentração lusa no Mundial2022.

“Houve uma conversa, mal seria se não tivesse acontecido. Só dou a equipa no estádio, sempre fiz assim na minha carreira, mas essa conversa tinha de acontecer, era da mais elementar justiça, por se tratar do capitão de equipa, por ser quem é em termos de projeção, alguém que já deu muito ao futebol português. Pelo que representa para a equipa, eu tinha de ter essa conversa com ele”, começou por dizer, em conferência de imprensa.

Fernando Santos, que falava na antevisão à partida de sábado com Marrocos, dos quartos de final do Campeonato do Mundo, continuou a explicação sobre o que se passou entre as partes, assegurando que “a única conversa” que teve com Ronaldo “foi no dia do jogo” com a Suíça, “após o almoço”.

“Não tive nenhuma conversa com o Ronaldo antes. A única que tive, a explicar as razões por que não iria jogar, foi no dia do jogo. Reuni com ele, tivemos uma conversa e disse-lhe que não contava com ele de início, mas contava com ele para o jogo, até por uma questão de estratégia. Como é óbvio, o Cristiano não ficou satisfeito. Sempre jogou a titular. Mas foi uma conversa perfeitamente normal, tranquila. Ele não aceitou a questão de forma simples, o que é normal”, revelou o técnico.

E prosseguiu, assegurando que o avançado luso nunca mostrou a intenção de deixar a seleção: “Nunca, em momento algum, me disse a mim ou a alguém que queria sair da seleção nacional”.

De resto, Fernando Santos disse ser natural que um jogador fique insatisfeito quando não é titular, salientando mesmo que, “no dia em que houver um jogador que não fique descontente por não jogar, não pode voltar à seleção”.

“Todos ficam descontentes quando não jogam, seja aqui seja nos clubes. Têm essa ambição, de jogar sempre, de serem titulares, porque sentem que têm qualidade e valor para isso. No meu tempo, dizia-se que esses jogadores ficavam com azia. Eu até tive um treinador que nos dizia que tínhamos de ir ao talho comer umas iscas”, referiu.

O selecionador nacional deixou ainda elogios à personalidade de Cristiano Ronaldo e à forma como o capitão da equipa das ‘quinas’ tem sido “um exemplo”, inclusive no apoio aos colegas.

“Se há exemplo melhor é o que ele deu no jogo. Foi ele que deu o grito na cabine antes do jogo, saiu com os jogadores para fazer aquecimento, saltou nos golos todos, festejou. No fim, foi ele que chamou os colegas para irem agradecer ao público, mas a única coisa que notaram foi que ele saiu do relvado antes. Deixem o Ronaldo em paz, porque ele não merece, por tudo o que já deu”, concluiu sobre o assunto.

Félix rejeita abordar futuro no Atlético e só quer desfrutar por Portugal

Joao Felix of Portugal attends a press conference ahead of their quarter final match against Morocco, at the Media Center, in Doha, Qatar, 09 December 2022. JOSE SENA GOULAO/LUSA

João Félix preferiu hoje não falar do futuro no Atlético de Madrid, uma vez que só quer desfrutar ao máximo do Mundial2022 de futebol ao serviço da seleção portuguesa, que tem “uma mentalidade diferente” do clube espanhol.

Com o futuro incerto no emblema de Madrid, de acordo com a imprensa internacional, o avançado, de 23 anos, rejeitou abordar o tema, ao deixar claro que não sente ansiedade pelo que se irá passar depois do Campeonato do Mundo, quando tiver, eventualmente, de regressar aos ‘colchoneros’.

“Zero [ansiedade]. Estou completamente concentrado em fazer um grande Mundial, em ajudar esta equipa, a dar uma alegria aos portugueses e a todos os que estão envolvidos neste trajeto. O Atlético Madrid é para quando acabar o Mundial”, expressou o atacante, acrescentando, ainda assim, que os lusos “têm uma maneira diferente de jogar e outra mentalidade ».

Durante a conferência de imprensa de antevisão ao encontro com Marrocos, das meias-finais, Félix explicou o porquê de ser mais fácil jogar por Portugal.

“Aqui jogo pelo meu país e, com alguns colegas, jogo há 10 anos. Com o [Diogo] Dalot já jogo desde os nove anos. São jogadores com os quais sempre estive habituado a jogar, falamos a mesma língua, jogámos juntos noutros clubes e seleções. Aqui, só quero desfrutar ao máximo, é um sonho representar Portugal nesta competição”, manifestou.

As boas exibições pela equipa das ‘quinas’ no Qatar valeram comparações com o antigo futebolista brasileiro Kaká, que considerou serem excessivas.

“Talvez seja um bocadinho demais. O Kaká ganhou tudo, foi Bola de Ouro e eu ainda estou a começar. Mas claro que é bom ouvir esses elogios », confessou.

Para o duelo com Marrocos, no sábado, é preciso “ter os pés bem assentes no chão”, porque o triunfo esclarecedor com a Suíça (6-1), nos ’oitavos’, já faz parte do passado.

“Quando perdemos não está tudo mal, nem quando ganhamos está tudo bem. Estamos cientes do que temos vindo a fazer e do que temos de fazer. Foi uma grande vitória, mas há que voltar à terra e ter os pés bem assentes na terra, para fazer um exibição de nível”, alertou.

Portugal player Ruben Dias (C) attends a training session ahead of their Round of 8 match against Morocco, in Al-Shahaniya, Qatar, 09 December 2022. The FIFA World Cup 2022 takes place in Qatar from 20 November untill 18 December 2022. JOSE SENA GOULAO/LUSA

 

Rúben Dias em pleno e Portugal na máxima força para os ‘quartos’

O defesa Rúben Dias integrou hoje o treino da seleção portuguesa de futebol, numa sessão em que estiveram todos os 24 jogadores disponíveis, na véspera do duelo com Marrocos, dos quartos de final do Mundial2022 de futebol.

O central do Manchester City, que tinha falhado o apronto da véspera, limitando-se a fazer trabalho específico no ginásio, já esteve à disposição de Fernando Santos no relvado do centro de treinos de Al-Shahaniya.

De resto, nos 15 minutos de sessão abertos aos jornalistas, todos os jogadores treinaram em pleno, limitando-se aos tradicionais ‘meinhos’ durante aquele período.

Já os três guardiões, Diogo Costa, Rui Patrício e José Sá, trabalharam junto de uma das balizas com o treinador de guarda-redes, Fernando Justino.

Portugal e Marrocos vão defrontar-se nos quartos de final do Mundial2022, no sábado, a partir das 16:00, no Estádio Al Thumama, em Doha, num encontro que será dirigido pelo argentino Facundo Tello.

 

Com Agência Lusa.

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