Papa Francisco diz que Portugal mostrou que é possível alternativa à guerra
« Enquanto na Ucrânia e noutras partes do mundo há combates, e enquanto em certas salas escondidas se planeia a guerra, a JMJ mostrou a todos que um outro mundo é possível: um mundo de irmãos e irmãs, onde as bandeiras de todos os povos voam juntas, lado a lado, sem ódio, sem medo, sem armas », disse.
O líder da Igreja Católica falava durante a audiência geral de quarta-feira no Vaticano, na qual fez o balanço da sua visita a Portugal para a Jornada Mundial da Juventude, que contou com a participação de cerca de 1,5 milhões de pessoas e se realizou entre 01 e 05 de agosto.
Na mesma intervenção, o Papa Francisco questionou-se depois se a « mensagem clara dos jovens » será ouvida pelos « grandes da terra ».
« Esperamos que o mundo inteiro os ouça e veja que estão a avançar », acrescentou, afirmando que a JMJ mostrou ser possível « uma alternativa à guerra ».
Francisco dirigiu ainda algumas palavras de encorajamento ao povo ucraniano: « Muitos de vós vão em peregrinação a Jasna Góra (Polónia) e a outros santuários marianos, por isso confio-vos um desejo que trago no coração: o desejo de paz no mundo (…). Rezai por este dom inestimável, especialmente pela amada e atormentada Ucrânia ».
O Papa assegurou ainda que durante a deslocação a Fátima rezou pela paz.
« Durante as JMJ voltei a Fátima, ao local da aparição, e juntamente com alguns jovens doentes rezei para que Deus curasse o mundo das doenças da alma: orgulho, mentira, inimizade, violência. O mundo está doente com estas doenças », disse.
« Rezei pela paz, porque há tantas guerras em todas as partes do mundo », acrescentou naquela que foi a primeira audiência geral após a pausa de julho.
O Papa já tinha adiantado, durante o voo de regresso a Itália, que quando esteve no santuário de Fátima – onde não leu o discurso nem a oração que tinha preparado – apesar de ser esperado um apelo público à paz, decidiu fazê-lo em silêncio e sem o publicitar.
Disse ainda que encontrou « um grupo de jovens ucranianos que trouxeram histórias de dor » para a JMJ, adiantando que o encontro « não era uma viagem de férias, uma viagem turística, mas um encontro com Cristo »
Depois de garantir que « a sua saúde está ótima » e que não tem problemas de visão, disse que cortou ou não leu os discursos em algumas cerimónias da JMJ para comunicar melhor com os jovens.
A jornada, cuja próxima edição ocorrerá em 2027, em Seul, é considerada o maior evento da Igreja Católica.