Peregrinação internacional de agosto termina hoje no Santuário de Fátima
Alfa/com Lusa e Agência Ecclesia
A Peregrinação Internacional de agosto termina hoje, no Santuário de Fátima, sendo a primeira em que estão registados grupos estrangeiros após o início da pandemia.
A Peregrinação Internacional, que começou na quarta-feira, integra também a Peregrinação Nacional do Migrante e Refugiado, sendo normalmente esperados milhares de emigrantes portugueses que aproveitam as férias de verão para se deslocar a Fátima.
A celebração na Cova da Iria é a primeira grande peregrinação aniversária após o início da pandemia de covid-19 em que foram registadas inscrições de grupos estrangeiros.
A celebração é presidida pelo bispo de Santarém e presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social e da Mobilidade Humana, José Traquina.
Na quarta-feira, durante a homilia, o bispo de Santarém defendeu que os estrangeiros são « uma necessidade e um bem » para Portugal e não devem ser « explorados ou maltratados ».
“Como cristãos, manifestemos capacidade de acolhimento e não cultivemos sentimentos que não correspondem à nossa matriz cristã de fraternidade universal. Os estrangeiros são uma necessidade e um bem para Portugal, não para serem explorados ou mal tratados, mas acolhidos e protegidos com a mesma respeitabilidade que desejamos para os portugueses que vivem em qualquer outro país”, disse o Presidente da Comissão Episcopal da Pastoral Social e Mobilidade Humana, na reflexão que apresentou na Cova da Iria, esta noite.
D. José Traquina disse ainda que a “Obra Católica Portuguesa de Migrações espera mais envolvimento nos serviços diocesanos com os migrantes”, realidade que a pastoral da Igreja tem de estar atenta para “acompanhamento e apoio”.
“É desejável que os Secretariados Diocesanos para as Migrações desenvolvam iniciativas que tenham a ver com os migrantes portugueses no estrangeiro e também com os migrantes estrangeiros residentes em Portugal que, segundo um recente Relatório do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras, ultrapassa as 590 mil pessoas”, assinalou.
O prelado destacou a importância dos estrangeiros serem “informados acerca das nossas regras e hábitos de convivência e ter as condições para expressarem a sua cultura”.
Com um recinto com mais de 30 mil metros quadrados, há voluntários a monitorizar a distribuição das pessoas no local, por forma a garantir o necessário distanciamento físico.
O uso de máscara não é obrigatório, mas recomendado, havendo avisos sonoros de meia em meia hora em várias línguas a recordar as medidas preventivas face à pandemia.
A peregrinação termina durante a manhã, com a Procissão do Adeus, após a missa, prevista para as 10:00.