Plano da Renault para despedir 15 mil trabalhadores não deverá ter impacto em Portugal

Plano da Renault para despedir 15 mil trabalhadores não deverá ter impacto em Portugal – Expresso

OLIVIER MARTIN GAMBIER OMG.OMG@W

Na fábrica portuguesa de Cacia, em Aveiro, está agora em curso um investimento de 100 milhões de euros. Nesta unidade da Renault em Portugal trabalham 1100 pessoas

Espresso. Por Vítor Andrade

O grupo Renault apresenta esta sexta-feira o seu projeto de plano estratégico, que tem como objetivo obter uma economia superior a 2 mil milhões de euros, em três anos, o que passa pelo despedimento de quase 15 mil trabalhadores – cerca de 4.600 em França e outros 10 000 no resto do mundo.

A fábrica da Renault em Cacia, perto de Aveiro, deverá ficar fora desta vaga de despedimentos, segundo disse ao Expresso uma fonte da empresa onde trabalham mais de 1100 pessoas e onde está atualmente em curso um investimento de 100 milhões de euros.

A importância estratégica da fábrica de Cacia é tal que, hoje, “não há nenhum veículo da Renault em circulação no mundo inteiro que não tenha pelo menos uma componente fabricada em Portugal”, sublinha ainda a mesma fonte. Em Cacia a Renault produz sobretudo caixas de velocidades convencionais e, no futuro, não está posta de parte a hipótese de ali se virem a produzir caixas para carros elétricos e autónomos.

A nível global o grupo Renault, para além das dificuldades financeiras que se agravaram em 2019, enfrenta ainda a crise excecional que agora atravessa toda a indústria automóvel, assim como a urgência ligada à transição ecológica, que são os imperativos que levam a empresa a acelerar a sua transformação.

Quanto ao plano estratégico hoje apresentado, dele consta a melhoria da eficácia e redução dos custos de engenharia, beneficiando das competências da Aliança (Renault, Nissan e Mitsubishi), em cerca de 800 milhões de euros; otimização do aparelho industrial com uma economia de cerca de 650 milhões; maior eficiência das funções de suporte para uma redução de cerca de 700 milhões e ainda um recentrar das atividades para otimizar a alocação de recursos.

Estas propostas serão agora apresentadas às instâncias representativas dos trabalhadores.

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