Portugal/Eleições: Marcelo apela ao voto e lembra situação internacional

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, durante a leitura da mensagem ao país, a propósito da realização das eleições legislativas 2024, no Palácio de Belém, em Lisboa, 09 de março de 2024. MANUEL DE ALMEIDA/LUSA

Eleições: Marcelo apela ao voto e lembra situação internacional 

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, apelou hoje ao voto nas eleições de legislativas de domingo e considerou que é nos tempos difíceis « que mais importa votar ».

Numa declaração ao país na véspera das eleições legislativas, Marcelo Rebelo de Sousa apontou a preocupação com « a urgência de acelerar a recuperação da economia », numa altura em que se sentem os efeitos da situação de tensão a nível internacional, lembrando as guerras na Ucrânia e em Gaza, as subidas de preços, os custos dos juros e alguns problemas sociais.

« Em tempos assim, em que as guerras vieram relançar guerras económicas e sociais que esperávamos ultrapassadas pelo fim da pandemia, é nesses tempos que importa mais votar » disse o Presidente.

Marcelo Rebelo de Sousa lembrou os efeitos do « compasso de espera provocado pelas guerras na saúde, na habitação, na educação e noutras áreas sociais, para os mais jovens sobretudo no desemprego, para os menos jovens sempre a garantia futura das pensões das reformas ».

« O que se passará lá fora este ano e nos anos seguintes? », questionou o Presidente, para considerar que essa é « uma preocupação silenciada » que acaba por condicionar tudo o resto.

Marcelo Rebelo de Sousa mencionou as eleições norte-americanas, as eleições europeias, o futuro da guerra na Ucrânia, o Médio Oriente, as tensões no Mar Vermelho, a economia mundial e « novamente a subida de preços e o custo dos juros ».

Na sua mensagem, o presidente apelou à participação mesmo dos que « se cansaram ou desiludiram » e insistiu que é em « momentos mais graves como estes que mais importa votar ».

O Presidente lembrou também que em 2024 « passam 50 anos do 25 de Abril e 49 do primeiro voto direto de todas as mulheres e homens de mais de 18 anos em séculos de vida de Portugal », numa alusão às eleições para a Assembleia Constituinte de 1975.

« Fecha-se um ciclo de meio século da nossa história e abre-se outro com novos desafios, novas exigências, novas ambições, mas sempre com os mesmos valores: democracia, liberdade e igualdade », disse.

« Porque os tempos são mesmo muito difíceis lá fora e por isso cá dentro, baixar os braços é sempre a pior solução », lançou Marcelo Rebelo de Sousa para apelar ao voto, num momento « de dar nova vida em estabilidade e em segurança à nossa liberdade, à nossa igualdade, à nossa democracia ».

Mais de 10 milhões de eleitores recenseados no território nacional e no estrangeiro são chamados às urnas no domingo.

Nas legislativas anteriores, em 30 de janeiro de 2022, a taxa de abstenção situou-se nos 48,54%, tendo-se verificado uma descida em relação às legislativas de 2019.

Alfa/Lusa

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