Portugal. Fileira automóvel destrona têxteis como setor mais exportador do Norte em 2023

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Fileira automóvel destrona têxteis como setor mais exportador do Norte em 2023

 

A fileira automóvel do Norte destronou a dos têxteis e vestuário como a mais exportadora da região Norte em 2023, segundo dados da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional divulgados hoje.

Segundo uma nova edição do relatório Norte Estrutura lançada hoje, que analisa as fileiras exportadoras desde 2011, « a fileira automóvel, com 5,4 mil milhões de euros em exportações em 2023, destronou a dos têxteis e vestuário, com 4,4 mil milhões de euros no mesmo período, na liderança da mais exportadora da região ».

« As exportações da fileira automóvel sediada no Norte atingiram 5.357 milhões de euros em 2023, o valor mais elevado entre todas as fileiras identificadas, correspondendo a 19,8% do total das exportações da região », refere o relatório da CCDR-N.

O documento dá conta que entre 2022 e 2023, « as exportações desta fileira aumentaram 12,7%, em contraciclo com a estagnação registada no total do Norte », e desde 2011 « o crescimento acumulado das exportações da fileira automóvel foi de 77,5%, acima do crescimento das exportações totais da região (+68,7%) ».

Já a fileira dos têxteis e vestuário atingiu os 4.435 milhões de euros de exportações no ano passado, « o segundo valor mais elevado entre todas as fileiras identificadas, correspondendo a 16,4% do total das exportações da região ».

« Entre 2022 e 2023, as exportações desta fileira diminuíram 9,6%. Contudo, entre 2011 e 2023, o crescimento acumulado das exportações da fileira dos têxteis e vestuário foi de 41,2%, um ritmo inferior ao crescimento das exportações totais do Norte (+68,7%) », pode ler-se no relatório.

O relatório analisa as fileiras exportadoras com maior implementação no Norte, ou seja, « aquelas que exportaram, pelo menos, 150 milhões de euros em 2023 », tendo sido identificadas 19.

No total, foram analisadas 24 fileiras, « correspondendo a 97,5% do totaldas exportações do Norte, o equivalente a 26,4 mil milhões de euros ».

Entre as 10 mais exportadoras em 2023 estão as máquinas e material elétrico (3.510 milhões de euros), metais comuns (2.804 milhões), produtos florestais e mobiliário de madeira (2.448 milhões), calçado e produtos do couro (1.822 milhões), plásticos e suas obras (1.331 milhões), bebidas, líquidos alcoólicos e vinagres (643 milhões), produtos agrícolas exceto vinho (633 milhões) e produtos minerais e químicos (558 milhões), que representaram 87,1% das exportações do Norte em 2023.

Quase todas as fileiras aumentaram as exportações desde 2011, mas « a única exceção foi a fileira dos metais preciosos, joalharia, ourivesaria e bijutaria, com uma redução de 71,7% durante esse período ».

O boletim conclui ainda que o Norte assume cada vez mais um perfil exportador mais tecnológico e menos dependente de fatores competitivos esgotados, segundo a CCDR-N.

Produtos inovadores e intensivos em I&D (Investigação e Desenvolvimento), como indicadores de velocidade para veículos terrestres, componentes eletrónicos e produtos farmacêuticos « totalizaram 1,2 mil milhões de euros de exportações em 2023, que compara com 131 milhões de euros em 2011 ».

O relatório assinala ainda o peso do setor agroalimentar, com com um valor exportado de 2,1 mil milhões de euros, especialmente nas fileiras das bebidas, produtos agrícolas e produtos do mar, como peixes, crustáceos e moluscos.

Quanto à transição industrial, o documento ilustra ainda o crescimento das exportações de três dígitos, desde 2011, nas fileiras dos « instrumentos de ótica, fotografia, medição e precisão, com um crescimento de 241,1%, os produtos agrícolas com um aumento de 164,6% e as máquinas e material elétrico com um acréscimo de 111,2% », valores que « superaram o crescimento geral observado no Norte, que foi de 68,7% ».

A CCDR-N assinala também « os crescimentos modestos das fileiras dos têxteis e vestuário (+41,2%), e do calçado e produtos do couro (+22,0%), dois setores do Norte que representam uma proporção elevada do emprego industrial ».

Alfa/ com Lusa

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