O secretário de Estado das Florestas revelou que a abertura de mais 3.600 quilómetros de faixas anti-fogo vai elevar para 40% a cobertura da rede nacional de « estradões » prevista pelo Governo, para executar nos próximos três anos.
« Nós tínhamos aberto, dos 11.000 quilómetros que estão planeados, apenas 1.000, passamos agora para mais 3.600 quilómetros o que significa que vamos passar de 10% para cerca de 40% do total planeado », disse Miguel Freitas aos jornalistas, à margem da conferência « Inova Algarve », que arrancou esta quinta-feira em Loulé.
O objetivo, acrescentou o secretário de Estado das Florestas e do Desenvolvimento Rural, é nos próximos três anos « continuar a trabalhar » para que toda aquela rede « esteja infraestruturada », prevendo-se que, até 31 de maio, esteja concluída a faixa de 3.600 quilómetros, 2.400 dos quais atravessam áreas privadas.
Segundo o governante, o objetivo, este ano, « é infraestruturar tudo aquilo que são as zonas prioritárias, isto é, aquelas zonas que não arderam e que este ano estão em maior risco », frisando que este trabalho não se esgota a 31 de maio e que continuará a ser feito até ao final do ano.
Miguel Freitas mostrou-se confiante nas negociações com as autarquias e as sete organizações de produtores florestais existentes no país para abrir « estradões » de defesa da floresta contra o fogo nos terrenos privados, lembrando que está a decorrer uma campanha de sensibilização para explicar os objetivos do plano.
« Os municípios vão lançar editais que vão estipular em que zonas estas faixas vão ser percorridas, vai haver uma negociação com os proprietários e, em conjunto com o Governo, encontraremos todas as soluções para que estas faixas sejam feitas », declarou.
O governante observou que estas faixas são « essenciais » não só por travarem o fogo, mas também por permitirem que haja mais acesso para os bombeiros aos pontos « mais difíceis » da floresta.
« É muito importante, depois da tragédia de 2017, que isso não se repita e que todos façam esse esforço », concluiu.
O primeiro-ministro anunciou hoje o lançamento de um concurso para a construção de “grandes estradões”, que consistem na construção de faixas de gestão de combustível contra os incêndios florestais, plano também revelado na edição de hoje do jornal « Público ».
António Costa também anunciou esta manhã que o Governo vai aprovar hoje um decreto-lei para que não sejam aplicadas coimas relativas à limpeza das matas se estas estiverem concluídas até junho.
Perante o incumprimento dos proprietários do prazo de 15 de março, as Câmaras Municipais têm de garantir, até 31 de maio, a realização de todos os trabalhos de gestão de combustível.
De forma a assegurarem o pagamento das despesas dos trabalhos de limpeza de terrenos, os municípios podem aceder, até 30 de setembro, a uma linha de crédito de 50 milhões de euros.
Alfa/LUSA